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O que é a graça de Deus? A quem ela se destina? Quantas vezes dela podemos depender?
A vida de Brennan Manning retrata bem a dinâmica de um pecador que se assume como protagonista de uma longa caminhada dependente do amor do Pai. Nas páginas de seus livros, ele revela algo em que sempre acreditou: o tão grande e acessível amor do Onipotente, amor intenso e inflexível que ninguém jamais foi capaz de compreender.
Para Brennan, a graça de Deus é um rio infinito aos que anseiam dele beber. Por isso, escreveu com transparência cativante as experiências, aprendizados, alegrias e tristezas de quem se colocava diante de Deus e dos irmãos como um maltrapilho que buscava sentido, poesia, beleza e paz, embora “pecador contumaz”.
Deus o ama do jeito que você é
“O mais belo bebê do Brooklyn”, impostor mentiroso e “bom menino”, adolescente inconsequente, fuzileiro naval e franciscano abnegado, marido que não sabia ser pai, criador dos Notórios Pecadores — um trabalho de auxílio humanitário — e autor de fama internacional, a vida de Brennan Manning traz um retrato sem retoques dos dilemas, contradições e dificuldades que todo ser humano enfrenta em algum momento da caminhada.
Como muitos, Brennan era um sobrevivente que não se permitia acreditar na frase: “Nem sempre recebemos o que pedimos”. Ele sabia que cada pessoa, por mais cansada e desencorajada que estivesse, poderia receber muito além do que pediu a Deus, o Abba, Papai.
Se você busca reflexões contundentes e conteúdo transformador, certamente será beneficiado ao folhear as obras de Brennan Manning. E para que experimente um pouquinho de sua herança literária, separamos alguns trechos de seus livros para que você seja edificado.
Inspire-se!
“Em Cristo Jesus, a liberdade do medo capacita-nos a abrir mão do desejo de agradar, de modo que podemos nos mover livremente no ministério do que realmente somos. A preocupação em projetar uma imagem de “bom moço”, em impressionar os novatos com nossa experiência e em depender intensivamente da aprovação dos outros gera inibição, síndrome crônica de pedestal e cativeiro no punho de ferro da reverência a seres humanos. Inconscientemente, podemos revestir a oração do fariseu com a fórmula do publicano. Para maior parte de nós, é preciso muito tempo para que o Espírito de liberdade purifique-nos dos sutis anseios de sermos admirados por nossa estudada bondade. Requer-se um forte senso dos nossos eus redimidos para sermos capazes de deixar passar a oportunidade de parecermos graciosos e bons para os outros”
(Trecho de O Evangelho Maltrapilho)
“Paradoxalmente, o que interfere na relação entre Deus e o ser humano é a moralidade obstinada e falsa piedade. Não são prostitutas e cobradores de impostos as pessoas que encontraram maior dificuldade em se arrepender; são os religiosos que julgam não ter motivos de arrependimento, tranquilos porque não quebraram nenhuma lei no sábado. Os fariseus investem muito em gestos religiosos visíveis, em rituais, em métodos e técnicas, gerando, em tese, uma gente santa, mas também critica, robotizada, sem vida e tão intolerante com os outros quanto é consigo; pessoas violentas, exatamente o oposto do que significa santidade e amor[…]”
(Trecho de O impostor que vive em mim)
A cura é uma resposta a uma crise na vida de outra pessoa. É uma resposta suficiente, uma resposta satisfatória a uma crise na vida de outrem. E sempre que a palavra crise é usada no Novo Testamento grego, é traduzida em inglês por juízo ou julgamento. Exatamente isso — juízo. A cura é uma resposta que eu dou a um momento decisivo na vida de um irmão ou irmã; quer eu responda, quer não, eu exerci um juízo. A cura passa a ser a oportunidade de transmitir a outro ser humano o que recebi do Senhor Jesus; a saber, sua aceitação incondicional de mim como sou, não como deveria ser. Ele me ama, seja em estado de graça, seja de desgraça, quer eu viva de acordo com as expectativas elevadas de seu evangelho, quer não. Ele vem a mim onde eu vivo e ama-me como sou”
(Trecho de O anseio furioso de Deus).
“A experiência ensinou-me que me conecto melhor com as pessoas quando me conecto com meu âmago. Quando permito que Deus me liberte de uma dependência pouco saudável das pessoas, escuto mais atentamente, amo mais altruistamente e sou mais compassivo e brincalhão. Levo-me menos a sério, percebo melhor a respiração do Pai no meu rosto e vejo que meu semblante se ilumina com o riso no meio de uma aventura que eu aprecio totalmente. ‘Gastar’ tempo com Deus intencionalmente capacita-me a falar e agir a partir de uma força maior, a perdoar em vez de alimentar o último ferimento aplicado contra meu ego machucado, a me entregar à magnanimidade nos momentos mesquinhos da vida. Capacita-me a me perder, ao menos temporariamente, contra um pano de fundo maior que o cenário dos meus temores e inseguranças, a simplesmente me aquietar e saber que Deus é Deus”
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