Saiba mais sobre o lançamento da Curadoria Sementes e entenda a importância do tema para a igreja brasileira
Entrevistamos Jubal Gonçalves, pastor presbiteriano, professor e pesquisador com vasta experiência no âmbito da pregação. Jubal é autor do livro Sermão Expositivo: A pregação como Palavra de Deus, recente lançamento da Mundo Cristão através da Curadoria Sementes, livros que trazem textos breves e impactantes e que estimulam o leitor e a leitora a refletirem sobre temas necessários para a igreja de Cristo.
Na obra, Jubal Gonçalves mostra como tornar a mensagem cristã compreensível a todos os ouvintes, através do modo expositivo de apresentar Jesus Cristo, o cerne das Escrituras. Ao tratar desse assunto vital para a igreja e para o mundo, o autor destaca a primazia da pregação expositiva — que está firmada sobre o tripé: leitura do texto, explicação do texto e aplicação do texto — e parte da premissa de que, se corretamente exercida, a pregação é Palavra de Deus.
Com o objetivo de oferecer aos leitores uma referência acessível em publicações evangélicas sobre o assunto, em Sermão expositivo o autor revisita obras de grande envergadura, fazendo uma espécie de revisão de literatura, brindando a igreja brasileira com a mais atualizada reflexão acerca da pregação expositiva. Para ler a resenha completa da obra, clique aqui.
Em entrevista ao blogue MC, Jubal Gonçalves sinaliza a importância do lançamento para a igreja, fala das características imprescindíveis para desempenhar o ministério da pregação e deixa uma mensagem a pastores, líderes e leigos.
Mundo Cristão: Sermão expositivo. O que é?
Jubal Gonçalves: Sermão expositivo é aquele que tem o propósito de apresentar o significado original do texto, ou o mais próximo disso possível, independentemente da extensão da perícope (unidade textual), considerando o seu contexto e aplicando-o aos ouvintes contemporâneos. O sermão expositivo não é um método, é uma visão correta da essência da pregação, um compromisso assumido pelo pregador. Todo sermão fiel é expositivo, independentemente do estilo do pregador.
A partir de qual diagnóstico o senhor percebeu a necessidade de escrever um livro sobre o assunto? De que forma ele atende a uma necessidade da igreja brasileira?
Em todo tempo, o mundo precisou da autoritativa Palavra de Deus. Contudo, neste mundo pós-moderno, que nega o absoluto, a necessidade de confrontação com a absoluta e autoritativa mensagem do Evangelho fica bastante evidente. A negação do que é absoluto é um grito por limites, como uma criança que faz birra porque quer ser disciplinada pelos pais. Soma-se a isso a realidade brasileira de pouca afeição ao estudo e a grande maioria de púlpitos distantes de uma pregação fiel das Escrituras.
De que maneira o lançamento se diferencia de outros livros que abordam o tema?
Este livro alia pesquisa profunda, revisão atual da literatura sobre o assunto, linguagem simples, realidade brasileira, poder de síntese e pressupostos teológicos suscitados por ocasião da Reforma Protestante.
Nele, o senhor traz um conceito interessante, o de que “se corretamente exercida, a pregação é Palavra de Deus”. Poderia comentar mais sobre essa afirmação?
Embora tecnicamente só as Escrituras são inspiradas, pois o conceito diz respeito estritamente a escrituração da Bíblia, o mesmo Espírito que inspirou homens para escrever o livro santo tem levantado ao longo da história outros homens para interpretarem as Escrituras. Esses pregadores não estão preservados de erros, contudo são usados pelo Senhor à medida que expõem a mensagem bíblica com fidelidade, sendo, portanto, voz de Deus.
Sermão expositivo refere-se ao termo “pregação” no sentido de exposição do texto sagrado como palavra oficial da igreja, não como a obra de evangelização em geral. O que os leitores aprenderão nesse sentido?
Quando se faz discipulado com propósito de ganhar pessoas para Cristo, prega-se a palavra, obviamente. Mas, ao longo do livro Sermão expositivo, “pregação” é uma referência estrita a exposição da Bíblia que se dá nos púlpitos das igrejas, como sendo a palavra oficial de Deus a sua congregação. Oficial, porque trata-se do momento em que o povo do Senhor se reúne para ouvir alguém que se prepara acadêmica e espiritualmente para isso, exercendo a função de profeta.
Muitas pessoas confundem pregação com oratória e pensam que pregar trata-se da articulação de um talento natural para falar em público, bastando apenas algum conhecimento da Bíblia e da Teologia. Onde erram?
Pregação não é oratória meramente. O pregador é sobretudo servo da Palavra. A ênfase do trabalho do pregador não recai na oratória, embora ela seja importante, mas sua essência é a exposição fiel do texto sagrado. Para cumprir com êxito seu ministério, o pregador deverá sim ter conhecimento bíblico e teológico, assim como vida de oração e, preferencialmente, conhecimento profundo de homilética, que diz respeito a como melhor apresentar o resultado do estudo do texto bíblico.
“Pregação não é oratória meramente. O pregador é sobretudo servo da Palavra. A ênfase do trabalho do pregador não recai na oratória, embora ela seja importante, mas sua essência é a exposição fiel do texto sagrado.”
Jubal Gonçalves, autor de Sermão expositivo
Quais características são imprescindíveis para quem deseja desempenhar o ministério da pregação na igreja?
Erudição, piedade/unção, simplicidade, dependência divina e coragem para entregar a mensagem que Deus quer que seja entregue.
O que os leitores podem esperar do lançamento?
Os leitores podem esperar que provavelmente terão que rever alguns dos conceitos que tinham até aqui, sobretudo a respeito de sermão expositivo, além de resgatarem a ideia da importância da vida espiritual do pregador.
Uma mensagem final aos leitores MC, especialmente a dois públicos: aos pastores e líderes e aos cristãos leigos que estão desiludidos com o estilo de pregação que tem sido praticado em muitas igrejas.
A mensagem para pastores e líderes é de que não devem se esquecer que ocupam a função mais importante do planeta. E por isso e pela natureza desse ministério, que tem sua origem no trono de Deus, precisam se esmerar em crescer no conhecimento bíblico a cada dia e se consagrar ao Senhor sempre.
E a mensagem aos cristãos leigos é que, apesar dos púlpitos fiéis serem minoria em nossa nação, ainda há bastante pregadores comprometidos com a verdade e um exército de pessoas que amam o Senhor e sua Palavra e se preparam para apresentar sermões expositivos.
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