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Seja agradecido pelo que tem!

Deixe de reclamar e veja as dádivas que o Pai lhe dá

Por Helena Tannure em Seja feliz hoje – O caminho do contentamento

Quando me casei, fui morar em um apartamento tão pequenininho que de um ponto dele você conseguia ver todos os cantos. Era só dar uma volta completa em torno dos calcanhares que eu vislumbrava os dois quartos, a sala, a cozinha e o banheiro.

Naturalmente, eu sonhava com um lugar maior para morar, pois estamos sempre insatisfeitas com o que temos e achamos que merecemos mais.

Foi quando o Senhor quis me dar uma lição.

Ele me fez pegar um ônibus errado, que me conduziu a um bairro vizinho, mais distante. De lá eu conseguia ver a região em que morava e decidi seguir a pé até chegar a minha casa.

De repente, deparei com uma comunidade carente enorme, que eu conhecia de ouvir falar, mas que meus olhos nunca tinham visto. Eu tinha de passar pelo meio daquela favela para sair do outro lado e chegar ao meu bairro.

Naquele dia,

Deus me permitiu ver muita miséria, pobreza extrema e sujeira. O córrego que cortava aquela comunidade era um esgoto a céu aberto e muitas crianças estavam brincando ali, imundas e seminuas.

Lembro-me de ver uma mulher lavar vasilhas nas águas contaminadas daquela vala negra suja, cheia de moscas. Fiquei pensando: “Meu Deus, como será isso aqui à noite?”. Havia ratos, ratazanas e baratas. Os barracos eram cobertos por aquelas lonas pretas, a um calor de 38 graus.

Continuei caminhando até o edifício onde morava e carreguei comigo a visão de toda aquela miséria e de gente vivendo em condições sub-humanas. Tive vontade de pegar aqueles menininhos e levá-los todos para meu apartamento, de ajudar aquelas mulheres de alguma forma. O cheiro daquele lugar ficou impregnado em mim.

Quando me aproximei do meu prédio,

vi que tinha chovido e as árvores estavam verdinhas. Estava tudo limpinho, pois a enxurrada tinha lavado as folhas. Estava lindo. Eu nunca tinha reparado como a minha rua era tão bonita.

Quando entrei em meu apartamento, havia poucos dias que tinha mandado pôr um tecido na parede, que, naquele momento, parecia uma caixinha de presente do lado avesso. Achei a minha casa linda.

Segui para o chuveiro e, no banho, orava: “Deus, obrigada pelo chuveiro. Senhor, que bênção a água fresca neste dia quente!”. Saí, me enxuguei, fui até a geladeira e peguei água gelada para beber.

Que dádiva!

Tirei a colcha da minha cama e ela estava cheirosa e limpinha. Deitei-me, me estiquei, liguei o ventilador e agradeci: “Deus, obrigada por esse ventilador!”. Meu marido olhou para mim e percebeu que havia algo diferente:

— O que está acontecendo? — indagou.

— João, tenho dádivas que não conseguia enxergar, mas hoje Deus tirou a venda dos meus olhos. Ele me mostrou que possuo muito mais do que mereço. Tenho água na torneira, dentro de casa, para lavar vasilha.

Quando estou com muito calor ou frio é só entrar debaixo do chuveiro e abrir a água gelada ou a quente, como eu escolher. Tenho um ventilador que me permite dormir com conforto. Estou protegida em uma casa limpa, aqui não tem rato nem barata. Bendito seja Deus por este apartamento, João. Bendito seja Deus!

A gente precisa de tão pouco para ser feliz!

Mas o Diabo nos tem enganado, de novo, como fez no Éden. Ele nos tem feito acreditar que precisamos de uma carreira, de cem pares de sapato, de roupas novas e caras a cada mês ou de um rosto sem rugas para sermos pessoas melhores.

Mentira! Porque cada uma de minhas rugas conta a minha história. Você sabia que tenho de usar uma cinta para segurar a barriga? Eu poderia fazer uma lipoaspiração, mas para que vou fazer isso se não tenho ânimo para caminhar? Se quero perder a barriga eu vou fazer esporte e se, mesmo me exercitando, eu não perder, sempre vou me lembrar de que ela está aqui por um bom motivo: minha barriga se esticou para dar vida a quatro seres maravilhosos!

O Diabo quer roubar de nós o que realmente tem valor. Não permita! Feche a porta! Seja feliz hoje! Pois só o hoje é o dia que temos para viver. 

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Ele é um trecho de Seja feliz hoje – O caminho do contentamento. Na obra, Helena Tannure explica as origens de um sistema de pensamento que leva muitos a buscarem a felicidade onde ela não está; mostra de forma crítica as consequências de cristãos abraçarem filosofias perigosas para a família e a Igreja; propõe reflexões – em busca de soluções – e expõe realidades bíblicas para que se viva, como Paulo ensinou em Filipenses, de forma adaptável na escassez ou na fartura, na paz ou na angústia, nas montanhas e nos vales da vida. Para ler sinopse completa da obra, clique aqui.

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