Saiba mais sobre o perfil de uma das figuras mais admiradas do cristianismo ao ler um trecho de “Heróis da Igreja: A Era Moderna”
Trecho de Heróis da Igreja: A Era Moderna
Dois homens correram para ser mensageiros. Infelizmente, porém, quando chegaram, não tinham nada profundo a dizer! A história do primeiro, Aimaás, se encontra registrada em 2Samuel 18.16-33. Após receber permissão de Joabe para transmitir uma mensagem ao rei Davi, o ágil Aimaás correu na frente de outro mensageiro. No entanto, quando Davi perguntou o que havia acontecido na batalha, Aimaás não soube o que dizer. Ele tinha ouvido um grande tumulto, mas não sabia qual era o significado de tudo aquilo. De maneira semelhante, em 1735–1736, o segundo homem, John Wesley, zeloso ministro anglicano recém-formado (1728), partiu para a Geórgia a fim de pastorear os colonizadores da América do Norte e ser missionário dos habitantes nativos. Falhou miseravelmente. Era um corredor ágil, mas não conhecia o Salvador que ele recomendava aos outros. Desanimado pelo fracasso, durante o retorno para a Inglaterra Wesley registrou uma confissão impressionante: “Fui para a América converter os índios, mas, ai!, quem irá me converter?”. Wesley lamentou que sua crença não passava de uma “religião leve de verão” (Diários, 24 de janeiro de 1738).
Como Wesley pode ter se tornado a principal inspiração do grande reavivamento evangélico do século 18 na Grã-Bretanha, um apóstolo de esperança e transformação para os pobres, incansável pregador itinerante a despeito da oposição monumental que enfrentava, fundador de escolas e clínicas beneficentes para os marginalizados, catalisador de transformações sociais e, junto com o irmão Charles, um dos pais do metodismo?
John e Charles, o grande compositor de hinos, foram dois dos dez filhos de Samuel e Susanna Wesley que sobreviveram à primeira infância. Samuel era pároco de Epworth, Lincolnshire. Susanna exerceu forte influência sobre os filhos como disciplinadora (estabeleceu dezesseis regras domésticas), professora (ensinou latim, grego e os clássicos para todos os filhos) e exemplo de piedade cristã.
A educação formal de John aconteceu em Charterhouse, Londres, e em Christ Church, Oxford. Em 1726, foi eleito membro do Lincoln College, Oxford. De 1727 a 1729, atuou como auxiliar do pai em Epworth. Quando voltou para Oxford, descobriu que Charles havia fundado o “Clube Santo”, formado por jovens “em busca da verdadeira santidade”. Eles haviam adotados regras para uma vida santa e dedicavam tempo para estudar e praticar seus deveres religiosos. John se tornou líder do grupo, que logo receberia, de seus críticos, a alcunha de “metodistas”.
Mas Wesley não conseguia ter paz com Deus. Na viagem para a Geórgia, em 1736, seu navio foi assolado por várias tempestades. Ele ficou impressionado pela ausência de medo demonstrada pelos morávios alemães a bordo, uma paz que Wesley não conhecia. Quando atingido por outra tempestade terrível no retorno à Inglaterra foi tomado pelo temor e se viu imerso em dúvidas.
Em fevereiro de 1738, Wesley conheceu Peter Böhler, líder dos morávios, o qual reconheceu em Wesley alguém que não conhecia como Redentor o Deus que ele pregava. Böhler fez um apelo para que Wesley “purificasse” sua religião formal e rigorosa, mas sem vida. Quando Wesley lhe perguntou se deveria parar de pregar uma fé que não tinha, Böhler respondeu: “Pregue a fé até que a possua; então, porque a possui, você certamente a pregará” (Diários, 4 de março de 1738). Na noite de 24 de maio, em uma igreja morávia na rua Aldersgate, em Londres, Deus cumpriu sua promessa. O amor divino foi recebido e criou uma resposta de fé no coração de Wesley.
Embora os estudiosos nos deem o sábio conselho de inserir a experiência de Wesley em Aldersgate no contexto mais amplo de sua teologia madura e abrangente (Maddox, Aldersgate Reconsidered, introd.), foi em Aldersgate que a justificação pela graça somente por meio da fé se tornou uma realidade viva, mais que uma ideia ou doutrina. Uma mudança fundamental de direcionamento havia sido inaugurada (Runyon, New Creation, p. 45). O eixo mudou de ser salvo pela fé para ser salvo gratuitamente pela graça de Deus, da fé como obra humana para a fé como obra divina cujo propósito é a transformação de todas as dimensões pessoais e sociais da vida humana.
Heróis da Igreja: grandes nomes da história do cristianismo: a era moderna, volume 4 /editado por Al Truesdale. 1. ed. – São Paulo: Mundo Cristão, Páginas 29 a 31.
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