Por Max Lucado em Deus está no controle
Não devemos enxergar a graça como uma provisão feita depois de a lei ter fracassado. A graça foi oferecida antes de a lei ser revelada.
De fato, a graça foi oferecida antes de o homem ter sido criado! Deus pagou um resgate para livrar vocês do caminho que seus antepassados tentaram seguir para chegar ao céu, e o resgate que ele pagou não foi simples ouro ou prata, como vocês sabem muito bem, mas o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha.
Deus o escolheu para esse propósito muito antes da criação do mundo, mas ele manifestou isso publicamente, nestes últimos dias, como uma bênção para vocês.
(1Pedro 1.18-20, NBV) Por que Deus ofereceria graça antes de precisarmos dela?
Que bom que você perguntou. Vamos voltar pela última vez ao cartão pré-pago que meu pai me deu. Já mencionei que passei vários meses sem precisar dele?
Mas quando precisei, eu realmente precisei. Sabe, eu queria visitar um amigo em outra universidade. Na verdade, o amigo era uma moça de outra cidade, distante seis horas dali.
Num impulso, matei as aulas da sexta-feira e saí. Sem saber se meus pais aprovariam, não pedi a permissão deles. Como saí com pressa, esqueci-me de pegar dinheiro.
Fiz a viagem sem o conhecimento deles e com uma carteira vazia. Tudo foi muito bem até que bati na traseira de um carro na viagem de volta. Usando um pé de cabra, soltei o para-choque da roda da frente de modo que o carro pudesse ser empurrado até um posto de gasolina.
Ainda me lembro do telefone público que usei no frio do outono. Meu pai, que achava que eu estava no campus, aceitou minha ligação a cobrar e ouviu minha narrativa.
Não havia muita coisa do que me orgulhar na minha história. Eu havia viajado sem o conhecimento dele, sem nenhum dinheiro, e ainda bati o carro. “Bem”, disse ele, depois de uma longa pausa, “essas coisas acontecem.
É por isso que lhe dei o cartão. Espero que você tenha aprendido a lição”. Aprendi a lição?
Certamente que sim. Aprendi que o perdão do meu pai antecedeu meu erro. Ele me dera o cartão antes da batida, na eventualidade de que alguma coisa pudesse acontecer.
Ele havia se prevenido em relação ao meu erro antes que eu o cometesse. Preciso dizer que Deus fez o mesmo?
Por favor, entenda: meu pai não queria que eu batesse o carro. Ele não me deu o cartão para que eu pudesse bater o carro. Mas ele conhecia seu filho. E ele sabia que seu filho um dia precisaria de graça. Por favor, entenda: Deus não deseja que pequemos.
Ele não nos deu a graça para que pecássemos. Mas ele conhece seus filhos. “[Deus] forma o coração de todos, […] conhece tudo o que fazem” (Sl 33.15). “Ele sabe do que somos formados” (Sl 103.14). E ele sabe que, um dia, precisaríamos de sua graça.