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Philip Yancey traz a público diagnóstico de doença de Parkinson

A forma como Yancey relata sua atual condição não poderia ser diferente: sincera, translúcida, sensível

“Não há dois seres humanos que tenham o mesmo conjunto de habilidades, inteligência, aparência e antecedentes familiares. Podemos responder a essa desigualdade com ressentimento — ou, de alguma forma, podemos aprender a abraçar os dons e as ‘incapacidades’ exclusivas de cada um de nós”, escreve Philip Yancey ao relatar seu recente diagnóstico de doença de Parkinson. O conteúdo foi publicado em seu blogue (philipyancey.com)¹ e no site da Christianity Today². Para ler o texto completo em português, clique aqui

A forma como Yancey traz a público sua atual condição não poderia ser diferente: sincera, translúcida, sensível. Quem conhece Yancey já sabe que ele tem habilidade ímpar de expor a realidade crua da vida, essa do sofrimento do qual ninguém está imune, com palavras que tocam a alma, nutrem o espírito e reavivam a esperança — esperança que ajuda a viver um dia de cada vez, a não sucumbir quando a graça aparenta estar eclipsada. 

No relato, o autor rememora contextos de sua autobiografia Onde bateu a luz e aborda o presente desafio. Conforme comenta, seu futuro está cheio de pontos de interrogação, e ele não está excessivamente ansioso. “Tenho excelentes cuidados médicos e o apoio de amigos. Eu confio em um Deus bom e amoroso, que frequentemente escolhe revelar essas qualidades por meio de seus seguidores na Terra”.

Dor redimida

Para Yancey, com algumas exceções, aqueles que convivem com a dor e a incapacidade tendem a ser melhores mordomos ou a administrar melhor suas circunstâncias de vida do que aqueles que convivem com o sucesso e o prazer. A dor redimida é algo que o impressiona muito mais do que a dor removida. 

Não faz muito tempo, Yancey convidou seus leitores a mergulhar na compreensão do “sofrimento redimido”, ao escrever A pergunta que não quer calar. Fruto de labor jornalístico e de uma cuidadosa exposição de verdades bíblicas, a obra narra experiências de gente que passou pelas mais difíceis situações, mas encontrou refúgio nos braços do Redentor. “Onde está Deus no sofrimento?” é justamente a pergunta que norteia o livro.  

“Eu me oponho a quem presume que Deus nos manda o sofrimento para realizar o bem. Não, nos evangelhos ainda não consegui ver Jesus dizendo aos aflitos: ‘A razão de sua hemorragia (ou paralisia, ou lepra) é que Deus está trabalhando para a construção do seu caráter’. Jesus não censurava pessoas assim; ele as curava. Contudo, quase todas as passagens do Novo Testamento sobre o tema do sofrimento exploram a ideia de que até uma coisa ‘ruim’ pode ser redimida para o bem. 

“A visão cristã do sofrimento concentra-se na palavra redentor. Embora a dor em si possa causar indignação e protesto, ela também pode contribuir para a vida — em outras palavras, ela pode ser redimida”³. 

Para ler o texto Sofrimento redimido, clique aqui.

Yancey hoje e sua honestidade que inspira  

“Esta última reviravolta em minha vida envolve uma doença que pode ser incapacitante ou, talvez, um mero inconveniente; o Parkinson tem um amplo espectro de manifestações. Como devo me preparar?”

Philip Yancey

Ao tornar público o diagnóstico de doença de Parkinson, Yancey relata que tornou-se mais consciente de si no primeiro mês em que reconheceu sua própria deficiência, “algo que pode ser bom e ruim”, declara. “Preciso de fato prestar muita atenção ao meu corpo e ao meu humor, especialmente à medida que me adapto à medicação e percebo quais são as minhas limitações físicas. Preciso encontrar uma rotina de exercícios segura e desafiadora. No entanto, não quero ficar obcecado com uma única parte da minha vida, nem quero deixar que essa doença me defina”. 

Ele revela que sua oração é a de nunca reclamar, mas se concentrar na gratidão pela vida. Tal oração inspira-se no exemplo de Michael Gerson, colunista do Washington Post e redator de discursos da Casa Branca, que viveu com Parkinson por anos e adotou tal postura quando esteve em seu ponto mais baixo fisicamente. 

“Escrevi muitas palavras sobre o sofrimento, e agora sou chamado a colocá-las em prática. Que eu seja um mordomo fiel deste último capítulo”, conclui o autor.

Para conhecer os livros e ler os artigos de Yancey publicados pela MC, clique aqui.

Com trechos de: 

¹ Dislabeled (philipyancey.com/dislabeled), traduzido ao português em 2 Philip Yancey fala sobre seu diagnóstico de mal de Parkinson (Christianity Today) <acesso em 10 de abril/2023>. 

³Yancey, Philip A pergunta que não quer calar / Philip Yancey; — 1. ed. — São Paulo: Mundo Cristão, 2015. Págs. 86 a 90. 

Leia também: 

“Vivendo no tempo da praga”, uma reflexão escrita por Philip Yancey

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