Renato Fleischner, gestor de operações da MC, fala a respeito dos investimentos e desafios da editora na produção de textos originais
Houve um tempo em que sonhávamos com o lançamento permanente de um número expressivo de autores nacionais. A julgar pelo planejamento editorial do segundo semestre de 2016 e do ano de 2017, esse tempo chegou!
Das 16 obras previstas para o período junho-dezembro, 11 serão obras originais, ou seja, livros escritos por autores nacionais. Um grande feito que apresenta grandes desafios.
As editoras cristãs foram organizadas para publicar obras de autores estrangeiros, especialmente americanos. É claro que há muitos bons autores do lado de lá do Equador, mas na Mundo Cristão sempre entendemos que nosso papel principal é disponibilizar nossa estrutura editorial para o pensamento cristão brasileiro.
Até pouco tempo atrás, percebíamos que a razão de publicar textos originais era tão somente responder ao nosso papel de valorizar o texto nacional. Para nossa grata surpresa, o desempenho dos autores e das autoras vai muito bem, obrigado.
A publicação de uma obra original exige grande esforço editorial, bem maior que o dedicado à publicação de autores estrangeiros. Quando se vive de publicar obras traduzidas, não há grandes preocupações com a concepção do projeto, cabendo ao editor local buscar uma boa tradução e ocupar-se de editar o texto traduzido da melhor forma possível.
Contudo, quando se trata de um obra original, editor e autor concebem o projeto buscando adequá-lo às necessidades percebidas do leitor local. Cabe ao autor, que não vive de escrever, encontrar tempo para executar o projeto, de acordo com as orientações do editor. Algo mais custoso e mais demorado.
Além disso, é importante haver um suporte de comunicação competente com assessoria de imprensa, promoção de eventos, divulgação em redes sociais e material de apoio ao ponto de venda.
Diferentemente do que acontece com o autor estrangeiro, o autor nacional se envolve bem mais com o lançamento do livro, pelo simples fato de estar presente no país. Ele não só se torna um vendedor da obra ao divulgá-la, mas também um fiscal da editora, apontando pontos de venda nos quais eventualmente não encontre sua obra.
A seleção cuidadosa e bem trabalhada de autores nacionais potencializa o melhor de todos os envolvidos: o autor se firma como um nome relevante no contexto em que atua e, portanto, de interesse do leitor que busca conteúdo diferenciado; a editora sinaliza para o público-alvo seu interesse no crescimento e no fortalecimento do pensamento cristão autóctone; e o leitor que sorve informação e formação qualificada com tempero local.
A chegada de títulos de autores locais como William Douglas, Davi Lago, Sérgio Queiroz e Rachel Sheherazade à lista de mais vendidos da Veja e do Publishnews vem coroar o esforço conjunto, além de comprovar nossa capacidade de dialogar com um público além do nicho evangélico.
Renato Fleischner
Gestor de operações da Editora Mundo Cristão
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