“Nosso Deus é um Deus missionário. A missão existe porque ele ama suas criaturas”. Saiba mais sobre o assunto ao ler um breve artigo extraído do Comentário Bíblico Latino-americano
Por Carlos Scott, articulista do Comentário Bíblico Latino-americano
A missão transcultural guarda uma relação estreita com a missão de Deus. Nosso Deus é um Deus missionário. A missão existe porque ele ama suas criaturas (Jo 3.16). Ele quer salvá-las de sua condição desfigurada nos aspectos moral, espiritual, físico, intelectual, social, econômico, político e cultural. A igreja tem o privilégio de ser chamada para participar dessa missão divina, colocando-se a serviço desse movimento de Deus em direção ao mundo.
Pode-se dizer que a missão transcultural se dá quando o povo de Deus se une à missão de Deus e atravessa intencionalmente barreiras geográficas, políticas, culturais e linguísticas com o intuito de alcançar todas as etnias da terra. A missão transcultural é de toda a igreja, de todos os povos, a todos os lugares. A Bíblia inteira ordena a missão universal e mostra o plano de Deus de reconciliar consigo todas as coisas por intermédio de Jesus Cristo (Mt 28.18-20; Mc 16.15; Jo 20.21; At 1.8; Cl 1.15-20).
Assim, a missão envolve cada cristão na totalidade de sua vida. O chamado, o envio e o mandato de fazer missão não são algo opcional. Alguns veem a missão transcultural significando plantar igrejas em outras regiões do mundo, bem como levar pessoas à salvação eterna. Outros a entendem por meio de categorias eclesiásticas, como a expansão de uma igreja ou de uma denominação específica, atravessando barreiras culturais e geográficas.
Mas, se é para entender o evangelho e a missão em conformidade com toda a Escritura, ela será, espiritual, físico e materialmente, como “bênção para todos os grupos étnicos”, englobando os aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos (Gn 12.2-3).
Em geral, existe uma tensão entre o que se denomina missão global e missão local; no entanto, fazem parte da mesma comissão. É preciso integrar as diferentes esferas conforme o que expressa o texto de Atos 1.8. A frase “em Jerusalém, em toda a Judeia, em Samaria e nos lugares mais distantes da terra” descreve as esferas ou áreas de serviço onde o local e o global estão integrados. É uma referência a nosso testemunho simultâneo, e não a uma execução sequencial de tarefas. Nenhuma área de serviço deve ser mais importante que a outra.
A missão deve ser ao mesmo tempo universal e integral. A missão universal sem ser integral torna-se mero proselitismo às nações; corre-se o risco de enfocar unicamente o aspecto religioso ou “espiritual”, sem abordar todos os aspectos da vida humana. Por outro lado, a missão integral sem ser universal torna-se localismo: atende-se apenas às necessidades integrais da comunidade local.
Cabe à igreja na América Latina levar a integralidade do evangelho a todas as nações do mundo, começando com os grupos étnicos e os habitantes de seu próprio continente, mas atingindo também os outros lugares do mundo. Trata-se de uma tarefa de solidariedade com a igreja estabelecida em outras latitudes.
Um dos desafios é avaliar novas estratégias que possam ser aplicadas a partir da América Latina, por exemplo, em relação à limitação de recursos econômicos para a tarefa missionária. Uma das maneiras que Deus, em sua providência, está usando de forma mais dinâmica é o chamado “modelo pobre”, relacionado aos múltiplos movimentos migratórios de latino-americanos. Desse modo, a igreja na América Latina deve desenvolver um modelo de missão no estilo de Paulo, levando o evangelho em vasos de barro, a partir de um contexto de fragilidade.
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