Uma edificante reflexão extraída de ‘Gloriosas Ruínas’, livro do pastor Sérgio Queiroz
Por Sérgio Queiroz, em Gloriosas Ruínas – O caminho bíblico para a restauração
Neemias ouve o relato de seu irmão acerca da situação em que Judá e Jerusalém se encontram. Ao tomar conhecimento do estado lastimável da terra que Deus prometera ao seu povo, ele senta, chora e passa dias lamentando, jejuando e orando ao Todo-poderoso (Ne 1.4).
Aquele homem toma conhecimento da realidade e tem uma percepção que afeta todos nós: a verdade dos fatos nem sempre traz alegria. O que a realidade precisa proporcionar é, no mínimo, inquietação.
Verdade que não produz inquietação no coração não abre espaço para mudanças. Ninguém luta para mudar e reconstruir aquilo que antes não o incomodava.
Um exemplo disso é estar acima do peso.
Esse é um problema contra o qual muitos de nós lutamos, especialmente depois dos 30 anos. Começamos a ganhar gordurinhas indesejadas e passamos a ouvir comentários como “Você está gordinho, não é?”, ou “Está ficando bonitinho esse rostinho vermelhinho”.
Se isso não gerar incômodo, você não vai fazer nada. Enquanto não estourar um zíper na hora em que estiver atrasado para ir ao trabalho, por exemplo, as camadas extras de gordura continuarão onde estão, pois o que não o inquieta não produz em você desejo de mudança.
Outro exemplo típico é o vício em cigarro.
É impossível alguém parar de fumar se não chegar a um nível alto de inquietação, tamanha é a dependência que o tabaco provoca!
Enquanto o fumante estiver em paz consigo mesmo, sem sentir nada, associando seu hábito a beleza e glamour, tudo continuará igual. Até o dia em que ele começa a tossir, sem conseguir dormir, e passa a questionar o que o cigarro está fazendo de fato com seu organismo.
É quando ele começar a pensar,
inquieto com a possibilidade de estar desenvolvendo um problema grave de saúde.
O mesmo ocorre com um dependente químico de outras drogas além do tabaco. Quem é viciado em álcool ou substâncias ilícitas enfrenta essencialmente dois desafios:
Primeiro,
reconhecer que é dependente (o Princípio da realidade).
Segundo,
começar a ser incomodado por aquilo que está vivendo (o Princípio da inquietação).
Já vi pessoas viciadas que não sentem nenhum incômodo enquanto o problema se resume a roubar o dinheiro da própria mãe ou vender uma coisa ou outra da geladeira para sustentar o vício. Mas, quando o traficante começa a telefonar para a sua casa, com ameaças de morte, aí a pessoa começa a se incomodar com aquilo.
O que não o incomoda não faz você mudar.
Casos de adultério são exemplos típicos. A pessoa é casada, tem um bom cônjuge, mas resolve se envolver com um amante e viver a mentira de um caso extraconjugal.
Ela vai levando essa situação com tranquilidade, e nada a aborrece. Até o dia em que a verdade vem à tona, a corda está para se romper e o cônjuge ameaça entrar com o pedido de divórcio.
Aí, pronto, aquilo começa a incomodar.
Ou o cônjuge infiel se nega a ouvir a voz do incômodo antes mesmo de ser descoberto e agora terá de ouvir uma voz mais alta e pior, pois houve a descoberta pública da verdade.
Como a tendência é só nos movermos para reconstruir nossas ruínas a partir de inquietações, felizes são os que descobrem essa verdade e automaticamente se inquietam, para que Deus opere a restauração.
É a percepção incômoda de que somos orgulhosos,
prepotentes, grosseiros, desatentos ou o que for. Devemos desejar a transformação com todas as nossas forças e orar ao Senhor pedindo que nossas áreas problemáticas nos incomodem profundamente.
Não devemos esperar que o nível de incômodo seja tamanho a ponto de a restauração parecer ser apenas uma válvula de escape para se enfrentar a realidade. Melhor mesmo é agir logo que a inquietação nos alcançar, pelo simples fato de que precisamos da restauração, por amor a Deus, ao próximo e a nós mesmos.
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