“Onde bateu a luz” inclui algumas grandes surpresas. Representa uma espécie de prequela de minhas duas dúzias de outros livros. Lendo-o, você saberá por que volto com tanta frequência aos temas da dor e da graça
Por Philip Yancey
Desejava redigir um livro de memórias desde que comecei a escrever. Eu li ótimas autobiografias de outros grupos religiosos: o relato de Frank McCourt sobre os católicos irlandeses em Angela’s Ashes [As cinzas de Angela]; os romances semelhantes a memórias de Chaim Potok, sobre o judaísmo ortodoxo; o best-seller de Tara Westover, Educated [Uma educação, Bertrand Editora], sobre os mórmons fundamentalistas. No entanto, minha própria tribo de evangélicos/fundamentalistas, dificilmente um grupo marginal, é frequentemente mal compreendida e é retratada pela mídia de maneiras que parecem desafinadas.
Estudiosos da religião estimam que 90 a 100 milhões de pessoas nos Estados Unidos se identificam como evangélicas. Outros 25 milhões se declaram “ex-evangélicas ”, criadas na fé, mas que a rejeitaram posteriormente. Muitos de seus relatos sobre famílias e igrejas disfuncionais terminam em amargura e hostilidade à fé. Minha própria história de vida é diferente. Embora eu tenha experimentado o pior que a igreja tem a oferecer, também experimentei o melhor. No final, a graça neutralizou a amargura.
Decidi que é hora de contar minha história, que passa por dolorosos desvios, mas tem uma trajetória redentora. “Eu não apenas tenho meus segredos, eu sou meus segredos”, escreveu o pastor e romancista Frederick Buechner. “Nossos segredos são segredos humanos, e nossa confiança mútua o suficiente para compartilhá-los tem muito a ver com o segredo do que significa ser humano”.
Aqui estão algumas coisas reveladas em minha autobiografia que você provavelmente não sabe sobre mim:
- Fiz minha primeira viagem de avião aos treze meses de idade, sentado no colo de um milionário, enquanto meu pai jazia em um “pulmão de aço”, lutando contra a poliomielite.
- Frequentei cinco escolas primárias diferentes em seis anos, tendo que recomeçar com um novo grupo de amigos a cada vez.
- Durante a adolescência, dividi um minúsculo quarto com meu irmão, em um trailer de alumínio com 2,5 metros de largura e 12 metros de comprimento.
- Eu mantinha uma fazenda de formigas e uma grande coleção de besouros e borboletas, e queria me tornar um entomologista. Afinal, existem mil quilos de cupins vivos — e cerca de vinte milhões de moscas — para cada pessoa na Terra.
- Minha escola secundária em Atlanta recebeu o nome de um general da Guerra Civil e era de estudantes brancos. Agora tem o nome de um astronauta afro-americano e é de estudantes negros.
- Um dentista charlatão arrancou todos os dentes superiores do meu irmão de 16 anos sem Novocaína; ele usa dentes postiços desde então.
- A igreja que eu frequentava recusou a adesão de um estudante universitário afro-americano chamado Tony Evans, que passou a pastorear uma megaigreja em Dallas com 10 mil membros.
- Meu irmão abandonou o Wheaton College no último semestre e se tornou um dos primeiros hippies de Atlanta. Enquanto isso, eu estava pregando em uma “rota de gangues”, para prisioneiros de uniformes listrados; cada um tinha uma corrente em volta do tornozelo presa ao que parecia ser uma bala de canhão.
Todos os meus livros anteriores foram “livros de ideias” centrados em um tema. Este, Onde bateu a luz, é puramente narrativo e inclui algumas grandes surpresas. Representa uma espécie de prequela de minhas duas dúzias de outros livros. Lendo-o, você saberá por que volto com tanta frequência aos temas da dor e da graça¹.
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Surpreenda-se com a história de vida de um dos maiores autores cristãos da atualidade!
Em Onde bateu a luz, Philip Yancey apresenta uma narrativa autobiográfica peculiar, enquanto revela um segredo que o colocou na busca pela verdade sobre sua família e a cultura em que foi criado. Seu ambiente é uma América do pós-guerra em ebulição, em que o fundamentalismo religioso e o movimento dos direitos civis colidem.
Onde bateu a luz expõe matizes de um período crucial da história recente, com suas tensões, dilemas e contradições, em temas como: mudanças sociais, hostilidade racial, divisão política, guerras culturais… Mais do que revisitar contextos que reverberam nas divisões sociais e políticas de hoje, Onde bateu a luz põe em foco contrastes, em que a dor se entremeia com esperança de cura, perdão e redenção.
Onde bateu a luz está disponível em português com selo Mundo Cristão.
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O eclipse da graça
¹Artigo traduzido e publicado com autorização do autor. Publicado originalmente em philipyancey.com: My Untold Story – Philip Yancey