Autor fala em detalhes sobre seu novo livro e compartilha informações interessantes sobre a campanha que tem atraído jovens em todo o país
“Preservação sexual” e “integridade emocional” são os dois temas trabalhados pelo movimento “Eu escolhi esperar”, lançado em 2011, pelo pastor Nelson Junior, 38 anos, bacharel em teologia com mais de 20 anos de experiência no aconselhamento e edificação de jovens e adolescentes.
A iniciativa, que tem por objetivo de encorajar, fortalecer e orientar adolescentes, jovens e pais sobre a necessidade de viver uma vida sexualmente pura e emocionalmente saudável , logo ganhou grande repercussão.
Em apenas três anos, mais de três milhões de pessoas se conectaram à campanha pelas redes sociais, a qual, já em 2012, chegava ao hall dos 50 perfis mais influentes do Twitter, no Brasil. Interessante e curioso, “Eu escolhi esperar” atraiu a atenção da mídia impressa e televisiva e foi pauta em programas como Hora do Faro, Mais Você, Profissão Repórter, Encontro com Fátima Bernardes e importantes revistas e jornais, como Época, Veja, Superinteressante, Caras, Capricho, O Globo, Folha de S. Paulo e Estadão.
Desde sua criação, já passou pela Inglaterra, Haiti, Estados Unidos e Guiné-Bissau, país no qual desenvolveu uma frente humanitária dedicada ao resgate de adolescentes que se tornaram prostitutas porque sua virgindade foi vendida quando ainda eram crianças.
Por ano, são somados mais de três mil convites para ministrações em igrejas, escolas e acampamentos e é crescente o número de novos adeptos ao movimento.
Para Nelson Júnior, a grande repercussão da iniciativa não se trata de sucesso, mas sim de uma espécie de resposta para uma geração que deseja experimentar algo novo e diferente.
De acordo com ele, ser feliz no amor não é uma questão de sorte, mas de escolhas. A vida não é feita de acasos, mas de decisões.
E é para ajudar os jovens a tomarem decisões corretas e viverem de acordo com os princípios estabelecidos pela Palavra de Deus que Nelson lança seu novo livro Eu escolhi esperar, novidade da Mundo Cristão que chega às livrarias de todo o país.
Em entrevista exclusiva, o autor fala mais sobre o livro e compartilha informações curiosas sobre o movimento. Confira!
Mundo Cristão: Quais leituras podemos fazer a partir do nome da campanha “Eu escolhi esperar”? Neste caso, esperar o quê?
Nelson Junior: A campanha visa fortalecer, encorajar e dar suporte às pessoas que tomaram a decisão de se preservarem sexualmente até o casamento, ou seja, viverão suas experiências sexuais somente no matrimônio. Nossa segunda proposta é orientar as pessoas em relação a sua vida sentimental. Atualmente, há uma banalização social a respeito do sexo e também ao romance. A cultura do descartável é algo muito explícito em nossa sociedade e a falsa liberdade sexual defendida hoje é na verdade libertina, pois não impõe limites ao prazer sexual e não mede as respectivas consequências. O que se vê é uma promiscuidade generalizada que tem assolado não somente jovens e adolescentes, mas que também tem afetado as crianças e principalmente os casamentos.
MC: Se esperar é uma escolha, ela deve trazer algum benefício, certo? Qual (is)?
Nelson Jr.: Preservar-se sexualmente até o casamento tem vários benefícios que infelizmente as pessoas não conseguem mensurar. Que vai muito mais além do que motivos religiosos. A relação sexual é muito mais do que um momento de intimidade ou de prazer. As pessoas não possuem a consciência de que toda relação sexual é uma aliança. O ato sexual proporciona vínculos com a outra pessoa, deixa marcas que carregamos para toda a vida. Ter vários parceiros sexuais na vida não é algo inofensivo, é drasticamente danoso e só torna-se possível medir quando entramos num relacionamento definitivo de casamento. Todas as lembranças, feridas e sequelas dos parceiros anteriores, levamos para dentro do casamento.
Uma pesquisa feita por imunologistas no Fred Hutchinson Cancer Center, em Seattle, nos Estados Unidos, revelou algo impressionante: além do envolvimento emocional em uma relação sexual, mulheres têm grandes chances de “herdar” fisicamente o DNA de todos os parceiros com que já dormiram um dia, em seu sangue, por toda a vida. No estudo, eles colheram amostras de 120 mulheres que nunca tiveram filhos e descobriram que 22% delas tinham o gene masculino. Os pesquisadores, então, concluíram que os genes foram transmitidos durante o sexo. Acho que a começar por este ponto é possível medir a importância de ter relações sexuais com uma única pessoa para toda vida.
MC: E para a sociedade? Poderíamos dizer que essa atitude – a de esperar – tem implicações benéficas que extrapolam a perspectiva íntima e individual de cada um?
Nelson Jr.: Outros desdobramentos da relação sexual fora do casamento estão evidentes: alto índice de gravidez na adolescência, o qual é um problema de saúde publica no Brasil. O número de abortos, que são provocados na sua grande maioria por mulheres solteiras, o crescimento de doenças sexualmente transmissíveis, que não existiriam se as pessoas mantivessem apenas um parceiro sexual na vida, neste caso, seu cônjuge. Outra questão que deixa claro que o sexo fora do casamento é prejudicial é o alto índice de divórcio. Mais de 90% dos casos de divórcio são determinados pela infidelidade conjugal, em situações nas quais um dos parceiros busca aventuras sexuais fora do casamento.
MC: Em nosso atual contexto, o jovem está a cada dia mais exposto a uma série de conteúdos que o estimulam sexualmente. Seja em filmes, novelas, redes sociais ou no vasto universo da Internet, há um grande número de material com forte apelo sensual. De que forma aqueles que “escolheram esperar” podem “sobreviver” nessa ambiência?
Nelson Jr.: Não somente aqueles que escolheram esperar. Por exemplo, eu sou casado e preciso tomar os mesmos cuidados para me manter fiel à minha esposa. Uma das maneiras mais práticas de fazer isso é evitar o contato com qualquer conteúdo de apelo sexual que desperte nossos desejos e vontades. Quando eu estava solteiro, evitava todo e qualquer conteúdo ou situação que me estimulasse o desejo de ter relação sexual. Agora casado, também devo ter cuidado, principalmente no que diz respeito à pornografia.
MC: Por que criar uma campanha com essa finalidade? O que o fez engajar-se em tal causa?
Nelson Jr.: Não criamos uma campanha para defender a virgindade. Trabalhamos com pureza sexual, tema que vai muito mais além do que sexo antes do casamento. Também desenvolvemos um trabalho de integridade emocional que visa ajudar as pessoas a desenvolverem relacionamentos saudáveis e duradouros.
MC: Ainda no primeiro trimestre de 2015, a página do movimento no Facebook já superava o marco de 2 milhões e 700 mil curtidas. Um sucesso evidente. A que se deve esse êxito na aderência ao “Eu Escolhi esperar”?
Nelson Jr.: Costumo dizer que nossa campanha não faz sucesso, ao contrário, na verdade revela uma carência. Acredito que estamos vivendo diante de uma geração órfã de pais vivos. As crianças e adolescentes deste tempo estão sendo criados sem limites e com pais cada vez mais distantes, ainda que morem juntos. Não se educa como antigamente. O papel da mãe mudou, hoje elas trabalham fora. A figura do pai também tem se perdido e os filhos vão crescendo com pouca referência ideal de família e casamento. Estamos vivendo uma crise de valores e há uma ausência de bons referenciais.
MC: Um livro pela Mundo Cristão. O que podemos esperar dessa novidade?
Nelson Jr:. Estamos sonhando com o lançamento deste livro. Nele, aprofundaremos o assunto, abordando vários pontos que as pessoas precisam compreender, como: por que esperar até o casamento? O que é esperar e o que não é esperar. Além de tudo, o livro traz resposta a uma pergunta: “Eu não esperei, e agora?”. Desejamos alcançar um público muito maior, que vai além dos nossos seguidores da internet. A obra oferecerá aos leitores uma visão mais clara do propósito de Deus para nossa vida amorosa e sexualidade.
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