Em “Quando foi que começamos a nos esquecer de Deus?”, autor compartilha a crise de fé pela qual passou e estimula cada cristão a rever a saúde do cristianismo que professa e pratica
No papel de editor da Christianity Today, a principal revista evangélica americana, Mark Galli testemunhou em primeira mão todo o noticiário cristão e a consolidação de novas tendências na igreja dos Estados Unidos neste início de século. Passaram por sua mão notícias de milagres e escândalos, relatos de sacrifícios extraordinários mas também de corrupção inacreditável, histórias inspiradoras e denúncias. Percebeu que diversas alas da igreja começavam a expor e defender suas visões particulares da interpretação bíblica, da política e da teologia com novo fervor e ímpeto excludente. As redes sociais serviram para identificar e enrijecer opiniões, fortalecer polos e dividir comunidades.
Galli assistiu de perto à crise que se instalava na igreja evangélica, uma crise de identidade e de propósito, do tipo que se cria quando deixamos Deus de lado em favor daquilo que habita as margens da fé, os projetos da igreja e as nossas preferências doutrinárias, políticas, culturais e comportamentais, definidas em reação àquilo que vem sendo imposto cada vez mais agressivamente pela sociedade.
O que ele viu o deixou atordoado. Não só se desiludiu com boa parte da igreja como também se viu afundando numa crise pessoal que abafou seu amor a Deus e deixou em seu lugar um pragmatismo cínico e frio. Quando se deu conta de seu estado de espírito, ficou assustado ao reconhecer que o que vinha criticando na igreja de seu país havia se instalado também em seu coração. Caiu em si, tomou consciência daquilo que precisava mudar, corrigiu suas rotas ao longo do tempo e conseguiu se reequilibrar sob a generosidade do Espírito. Por fim, decidiu escrever Quando foi que começamos a nos esquecer de Deus?: Raízes da crise evangélica e esperança para o futuro, que foi lançado nos Estados Unidos em abril de 2020 e agora chega ao Brasil pela Editora Mundo Cristão.
Um retrato honesto da crise que assola a igreja evangélica na atualidade
No lançamento, Mark Galli oferece um olhar convincente sobre a caminhada da igreja evangélica na atualidade e convida o leitor à reflexão, a uma avaliação honesta de sua respectiva caminhada com Cristo. De modo transparente, compartilha a crise de fé e esfriamento espiritual pela qual passou e estimula cada cristão a rever as condutas e a saúde do cristianismo que professa e pratica.
“Minha vida cristã estava… bem… sem vida. Eu não tinha nenhum anseio de conhecer e amar a Deus. Não estava zangado com ele. Não duvidava de sua existência. Não estava lutando contra o problema do mal. Estava sendo um cristão fiel tanto quanto sabia ser. Mas — a ideia me ocorreu — eu não sentia nenhum amor por Deus. […]
Percebi, naquele momento, que não havia como ocultar tudo isso de Deus, e que Deus já conhecia o estado de meu coração e minha vontade havia algum tempo e estava esperando, paciente e misericordiosamente, que eu mesmo o notasse. Foi quando percebi também que a oração mais sincera seria simplesmente: “Senhor, ajuda-me a querer te amar”.
Mark Galli
Reflexão urgente
Em uma das épocas mais divisórias e polarizadoras da sociedade, Mark sinaliza que os evangélicos enfrentam uma profunda crise de confiança. Uma crise que tem muitas dimensões e cujas raízes permeiam as esferas política, bíblica e teológica, bem como práticas de formação espiritual e discipulado.
Tendo em perspectiva um amplo arcabouço histórico, o autor encoraja o leitor a desviar a atenção da política do momento, das questões sociais que estão sendo discutidas em ambientes virtuais e do debate diário entre os cristãos. Em vez disso, pede que cada pessoa dê uma olhada longa e rigorosa no que está faltando na espiritualidade cristã evangélica de nossos dias, que desacelere e reflita sobre sua — e nossa — prioridade final como corpo de Cristo.
Quando foi que começamos a nos esquecer de Deus? apresenta uma investigação de grande valia também para os que se preocupam com os rumos da igreja evangélica brasileira, pois não são poucas as semelhanças no diagnóstico atual do estado da igreja tanto nos Estados Unidos como no Brasil. Os insights que compartilha permitem buscar caminhos para retomar a autenticidade cristocêntrica da igreja.
Por dentro da obra
Na Parte I, Mark Galli descreve como se parece a igreja que não se esqueceu de Deus. A partir daí analisa especificamente como o evangelicalismo, devagar mas inegavelmente, desalojou Deus do centro de sua atenção.
Na Parte II, trata do estado da igreja evangélica, começando com um argumento em três capítulos que critica a visão mais proeminente na igreja, ao mesmo tempo que sugere uma alternativa. Depois disso, mostra como, em cada aspecto da vida da igreja — culto, pregação, pequenos grupos e assim por diante — somos tentados a tirar os olhos de Deus e voltá-los para nós mesmos.
Na Parte III, sugere alguns dos aspectos de uma vida de profunda devoção a Deus, bem como formas pelas quais podemos iniciar essa jornada longa e árdua, mas frutífera.
Um livro para o nosso tempo
Quando foi que começamos a nos esquecer de Deus? é leitura indicada a todo e qualquer cristão que deseja entender melhor alguns dos desafios da igreja evangélica de nosso tempo, a estudantes de teologia, pastores e líderes eclesiásticos. Fonte de informação qualificada, permite um reajuste de rota e o retorno aos reais propósitos e da fundamentalidade da fé, da vida como igreja, tanto em âmbito pessoal quanto público.
“Esta obra extraordinária nos ensina a trocar as banalidades da religião pela centralidade de Deus em todos os lugares de nossa vida individual e coletiva. Aprender a enxergar Deus acontece como resultado de nossas prioridades, rotinas e disciplinas. Esse movimento de volta ao Criador enfraquece a crise e devolve à igreja sua identidade e seu propósito.”
Os editores da versão brasileira, Mundo Cristão.
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