Uma série de reflexões para quem deseja recuperar a alegria de ir à casa do Senhor
Para ler o primeiro artigo desta série, clique no link a seguir:
Desanimado com a igreja e desiludido com os “irmãos”
A última década foi marcada por uma delicada tensão no panorama político brasileiro. Manifestações gigantescas, escândalos de corrupção, a Operação Lava Jato, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a polêmica candidatura de Jair Bolsonaro, entre outros acontecimentos, fizeram com que a pauta política se tornasse uma constante nas rodas de conversa e adentrasse a igreja de modo especial.
Potencializado sobretudo pelas redes sociais, o debate — que pode e deve ser uma rica troca de pontos de vista — não raras vezes cedeu lugar à hostilidade. Esse clima de tensão afetou o convívio de muitos irmãos de fé, causando o rompimento de amizades e relações familiares.
Você vivenciou tais situações e se sente desanimado?
Pode ser que você se sinta desanimado com a igreja justamente por causa das polarizações políticas que há entre os irmãos. É capaz que se sinta escandalizado pela postura de lideranças ou de amigos que defendem ideias das quais você discorda. Você discutiu, se entristeceu e parece não acreditar na índole desses irmãos. Para você, eles são contraditórios.
Nosso intuito com a série Desanimado com a igreja é oferecer a você conselhos que o ajudem a lidar com essa situação adequadamente, animando-o a prosseguir na jornada com Cristo sem desistir de fazer parte de uma igreja local.
Reflita:
Discordâncias acontecem: Cada ser humano é livre para pensar e se expressar. Tal liberdade deve ser vivenciada com responsabilidade, observando diretrizes que dignificam a vida, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nós, cristãos, também agimos em consonância com a lei do amor: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mt 22.39).
Desde que a discordância esteja no campo das ideias — ou seja, é apenas um contraste de opiniões —, não considere a divergência como motivo para pôr fim a uma amizade. Nem mesmo no campo científico ou na teologia todos pensam da mesma forma. O importante é saber dialogar, ouvir e falar, abrindo espaço para o intercâmbio de informações. Nesse diálogo, todos aprendem.
Todo ser humano é falho: Ainda que lideranças tenham o compromisso moral de dar bom testemunho de sua fé, é importante não se esquecer de que todo ser humano está sujeito a desacertos. Não há ninguém imune a tropeços. Ter isso em mente é importante porque tendemos a atribuir as falhas dos líderes religiosos a Deus, o que seria um equívoco.
Se alguém em sua comunidade fez você desanimar porque teve uma atitude antiética e anticristã, entenda que tal ato foi decisão dessa pessoa, não de Deus. O Senhor continua sendo o mesmo: bom, justo e Santo, santo, santo! Ao invés de se afastar do Pai, ore com mais fervor e peça-lhe ajuda para discernir os fatos, a não deixar que seu amor se esfrie por causa da transgressão de outros.
Resolva a situação com assertividade: Pode ser que você esteja amargando ressentimento, desânimo e raiva porque calou um mal-entendido em seu íntimo, deixando-o sem resolução. É possível que você tenha tido uma discussão acalorada e já não veja um amigo com quem nutria estima e companheirismo. Vocês não se falam. Se isso aconteceu — e se a outra pessoa lhe der abertura — busque-a para uma conversa franca, assertiva e amorosa. Expresse o quanto sente pena pelo ocorrido e estabeleça uma ponte para a reconciliação. Ainda que vocês não concordem em determinadas posições políticas, podem seguir trabalhando para Jesus, na expansão de seu reino.
Livros da MC que podem edificá-lo em meio a esta situação:
E a verdade os libertará: Reflexões sobre política, religião e bolsonarismo: Com o intuito de oferecer um novo olhar à discussão sobre as relações entre política, religião e sociedade, em E a verdade os libertará, o jornalista Ricardo Alexandre reúne dezesseis análises sobre as conexões entre o fenômeno político do bolsonarismo e uma de suas principais bases eleitorais, o movimento evangélico. O resultado de seu labor jornalístico viabiliza um rico arcabouço de informações que despertam a reflexão e propõem uma novo olhar à discussão política brasileira.
Uma fé pública: Como o cristão pode contribuir para o bem comum: Em Uma fé pública, o renomado teólogo croata Miroslav Volf sistematiza as questões que afetam a presença cristã num mundo cada vez mais secularizado. Tendo como alvo a participação dos cristãos para o bem comum, Volf conduz o leitor a um rico debate sobre as implicações da tolerância e da liberdade religiosa no ambiente polarizado de nossos dias, e aponta para a busca de relevância e diálogo no cenário excessivamente conturbado das sociedades contemporâneas.
Exclusão e abraço: Uma reflexão teológica sobre identidade, alteridade e reconciliação: Desde sua primeira edição lançada na década de 1990, Exclusão e abraço é considerado referência entre as obras teológicas que abordam pautas imprescindíveis para a sociedade e a igreja. No livro, Miroslav Volf analisa importantes tensões de cunho cultural, étnico e racial das últimas décadas e traz ao leitor uma nova edição atualizada, convidando-o a refletir e a agir conscientemente diante dos conflitos interétnicos e internacionais que têm acontecido no mundo.
A gentileza que cativa: Defendendo a fé como Jesus faria: Em A gentileza que cativa – Defendendo a fé como Jesus faria, Dallas Willard, autor best-seller e professor de filosofia da Universidade do Sul da Califórnia, convida o leitor para uma reflexão transformadora acerca dos princípios da apologética ao estilo de Jesus Cristo. Conforme aponta, a apologética cristã é um serviço amoroso, um ministério de ajuda, e só ‘de modo amável e respeitoso’ as pessoas poderão ver, confirmar e sentir-se persuadidas a responder àquilo que o cristão tem a dizer. No livro, Willard também elucida questões como a importância do conhecimento e da razão, o envolvimento de Deus na ciência e na tecnologia e o problema do sofrimento e do mal. Um livro curioso e altamente provocante que não pode faltar na biblioteca do cristão zeloso que deseja fazer a diferença no meio em que está inserido.
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