Veja a continuação de nosso bate-papo com Lisânias Moura, autor da obra
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Mundo Cristão: Tratar da questão da homoafetividade pode dar margens a muitas polêmicas, principalmente entre aqueles que não aceitam posições que divergem da linha de pensamento LGBT. É possível não abraçar tal corrente e não ser preconceituoso ou homofóbico ao mesmo tempo?
Sim, podemos abraçar os adeptos do movimento LGBT, sem concordar com o que pensam e praticam. Jesus andou com prostitutas e nem por isso deu a entender que apoiava o comportamento delas. Ele não as rejeitou. Aqueles que fazem parte do movimento LGBT precisam ver na igreja o amor de Jesus por eles, sem enxergá-la como um quartel de preconceituosos.
Aliás, todo aquele que não concorda com as ideias apresentadas pelo movimento LGBT é homofóbico?De que forma erram aqueles que tentam imprimir esse rótulo em quem tem opinião divergente?
Ao tocar nesse ponto, preciso falar dos erros que ambos cometem: alguns membros da igreja e os adeptos do movimento LGBT. A igreja erra de duas formas. Primeiro, erra ao tentar impor suas convicções sobre o movimento LBGT de uma forma ostensiva. Não podemos esperar que alguém que não crê na Bíblia tenha convicções bíblicas. O movimento LBGT não é obrigado a crer na Bíblia.
Segundo, a igreja erra quando ela torna o pecado da prática homossexual como o pior dos pecados. A prática da heterossexualidade fora do casamento é tão condenada na Bíblia como a prática da homossexualidade. Por outro lado, o movimento LBGT erra quando procura impor sobre pessoas que pensam de modo diferente as suas práticas como as únicas corretas. Pessoas podem e devem ter a liberdade de divergirem uma das outras. Ambos os lados precisam olhar um para outro sabendo que foram criados à imagem e semelhança de Deus e por isso não podem se ojerizar.
“Aceitar não é aprovar. Aceitar não é ser conivente”. De que forma a igreja deve viver essa verdade e abraçar todo aquele que mesmo tendo sentimentos homoafetivos busca um novo caminhar pautado nos ensinamentos de Cristo? De que forma a igreja deve se portar para ser um refúgio para todo aquele que anseia por transformação de vida?
A igreja não diz para o adúltero primeiro deixar de ser adúltero para depois vir para a igreja. Se fosse assim, a igreja seria um lugar para perfeitos. A igreja primeiro acolhe e ama, para depois confrontar. O evangelho, não a igreja, confronta qualquer tipo de pecado, mas oferece esperança para a pessoa mudar de vida. O que tem sentimentos homoafetivos precisa ver e ouvir essa mensagem. Ele é bem-vindo ao contexto da igreja e receberá toda ajuda de que precisa quando quiser realmente abandonar suas práticas pecaminosas, da mesma forma que o adúltero, o ladrão de colarinho branco, etc. Jesus é sempre o modelo. Ele foi à casa de Zaqueu, um ladrão. Ele tocou no leproso, um rejeitado. Assim, o homoafetivo precisa crer que Jesus primeiro o ama e depois o transforma.
Qual é a sua expectativa com o lançamento de Cristão homoafetivo? Um olhar amoroso à luz da Bíblia?
Primeiro, penso na edificação daquele que é homoafetivo, para que entenda como Jesus também oama. Depois, pensono direcionamento aos familiares, para que descubram como lidar com essa questão na família. Finalmente, penso na instrução àigreja local, para que possa refletir a pessoa de Jesus também para aqueles que lutam com a homoafetividade.
O que os leitores podem esperar da obra?
Encorajamento e direção para buscarem em Jesus esperança, para saberem lidar com essa questão.
Uma mensagem aos nossos leitores, especialmente àqueles que buscam respostas e lutam contra as inclinações homoafetivas.
Que não se deixem rotular como homoafetivos, mas busquem entender como Jesus os ama. Também os aconselho a encontrarem em Jesus a verdadeira identidade que anseiam ter.
Uma mensagem aos líderes, pais ou cônjuges que se depararam com a questão em sua comunidade ou no seio familiar.
Não temos uma resposta final sobre a homoafetividade, mas temos em Jesus o modelo sobre como lidar como o homoafetivo. Que possamos ver no homoafetivo a carência da graça de Jesus e oferecer a ele a mesma graça com a qual somos tratados por Deus, sem medo de sermos coniventes, porque podemos amar sem sermos coniventes.
Uma mensagem final.
Não temos o poder de mudar o homoafetivo, mas temos a capacidade de amá-lo, servi-lo e oferecer ajuda, como amamos, servimos e ajudamos a qualquer outro. Devemos deixar que Deus o transforme, se assim Deus quiser, no tempo de Deus, da forma de Deus.
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