Projeto missionário tem feito a diferença na vida de centenas de pessoas por meio da educação e da implantação de igrejas em países não alcançados
Com o propósito de levar o Evangelho às nações não alcançadas, isto é, onde não há presença cristã, a Missão Adore, fundada em 2005 pelos pastores Armênio e Juliana Manaia, tem atuado de modo intenso em seis países: Brasil, Índia, Camboja, Tailândia, Laos e Mianmar.
Por meio da iniciativa, milhares de vidas já foram alcançadas em locais em que há hostilidade contra a fé em Jesus Cristo e a pregação bíblica. Tendo como principal estratégia de trabalho a implantação de escolas e de igrejas, o trabalho da Missão Adore tem levado esperança para crianças e adultos que encontram em suas ações uma ajuda para lidar com a dura realidade de suas comunidades e uma nova perspectiva de futuro por meio da educação e da vivência dos valores cristãos.
Para dividir com nossos leitores mais curiosidades sobre o trabalho, conversamos com Armênio Manaia, fundador e presidente da Missão Adore.
Em entrevista, o pastor, teólogo, missiólogo e gerente de projetos internacionais fala mais sobre as atividades realizadas pela organização, compartilha algumas dificuldades enfrentadas no dia a dia missionário, explica como um interessado pode ajudar e deixa uma mensagem aos leitores da MC. Um conteúdo edificante e imperdível. Confira!
Mundo Cristão: Como a Missão Adore surgiu?
Armênio Manaia: A Adore surgiu a partir de uma visão que Deus deu a mim e à minha esposa, pastora Juliana Manaia. Nós estávamos na Índia e presenciamos pessoas adorando centenas de deuses. Naquele momento, ardeu em nosso coração uma oração: a de que todas as nações louvassem a Jesus, o único Deus. Esse acontecimento também foi o motivo da escolha do nome: Adore.
Onde está sediada? Em quais regiões atua?
A nossa sede está situada em Curitiba/PR, onde acontece todo o suporte administrativo da missão. Temos uma área sólida que faz toda a operação de relacionamento com igrejas, mantenedores e com o campo missionário. Atualmente, nossos trabalhos transculturais estão estabelecidos na Índia, no Camboja, na Tailândia, em Laos e em Mianmar.
Quais trabalhos desenvolve?
Nossa principal estratégia é entrar nas nações por meio da educação. Estabelecemos escolas que oferecem educação tradicional, ensino sobre Jesus aos alunos e suporte às suas famílias por meio de visitas periódicas. Hoje, se somadas, as nossas escolas atendem cerca de dois mil e quinhentos alunos. Outras frentes importantes da Missão Adore são: O Finnally Home, uma “casa lar” que proporciona moradia, alimentação e vestimenta para sessenta crianças indianas; uma clínica de fisioterapia no Camboja, que atende gratuitamente os morados do vilarejo onde temos nossa base; e dez igrejas implantadas, entre elas uma para cegos, que oferece suporte alimentício (cesta básica) para dezenas de famílias, mensalmente.
Quantos colaboradores possuem trabalhando na missão?
Hoje, contamos com aproximadamente cento e trinta colaboradores que atuam em tempo integral em ações localizadas no Brasil, na Índia, no Camboja e na Tailândia.
Uma das estratégias da Missão Adore é usar a Educação como ferramenta para alcançar vidas em locais onde há hostilidade contra a fé cristã. De que forma enxergam o potencial da Educação no trabalho missionário?
Oferecer educação, além do contato direto com os alunos e seus familiares, faz com que sejamos aceitos em lugares mais resistentes ao Evangelho. Muito provavelmente, se não tivéssemos uma escola na Índia, seríamos expulsos pelo governo – o qual declara publicamente não aceitar religiões diferentes do hinduísmo na nação. Outro fato que considero importante é que nos lugares onde estamos há muita orfandade e tráfico de crianças. Nesse contexto, além de proporcionar um futuro melhor para as crianças, a escola também as mantém seguras e cuidadas.
Como lidam com possíveis perseguições e barreiras impostas pelos governos locais?
Dos lugares em que atuamos, a Índia é a nação onde isso ocorre de forma mais nítida e frequente. Já tivemos vários acontecimentos relacionados à perseguição. Inclusive, meu nome já esteve na delegacia como procurado por pregar Jesus. Certa vez, policiais entraram na minha casa para me interrogar a respeito da minha conduta. Foi uma situação constrangedora, mas ao mesmo tempo gratificante por saber o motivo pelo qual eu estava sendo abordado. Sabemos que cristãos não são bem-vindos nos países onde estamos, mas o reconhecimento do valor social e econômico dos nossos trabalhos, sem dúvida alguma, acaba nos protegendo.
Quais são as principais dificuldades encontradas ao desenvolver um trabalho como esse?
No campo missionário, com certeza, a perseguição é um dos nossos maiores desafios. Às vezes, ela é nítida e enfática; outras, sutis. Nossos batismos, por exemplo, apesar de serem abertos ao público, são feitos em locais mais reservados, para não termos problemas e para não gerar transtornos para aqueles que expressaram sua fé em Jesus. A pobreza e a escassez de recursos nos vilarejos onde estamos também é algo que precisamos vencer constantemente. A respeito dos desafios econômicos, o levantamento de recursos é algo a ser vencido todos os meses e, imagino que como toda missão internacional, as flutuações do dólar também nos afetam diretamente.
Quantas pessoas são impactadas diariamente com as atividades da Missão Adore?
Se somadas, o número de pessoas alcançadas diariamente através dos nossos trabalhos é de cinco mil pessoas, aproximadamente.
Quais projetos estão em andamento e quais ainda estão por concretizar nos locais em que estão inseridos?
Atualmente, nossos esforços estão direcionados para a construção da Escola Internacional One Hope, na Tailândia. Pela graça de Deus, conseguimos um terreno em Mae Sai, próximo às fronteiras entre a Tailândia, Laos e Mianmar. É uma posição estratégica, pois receberemos alunos vindos dos três países. Sem dúvida alguma, a pregação do Evangelho será abrangente, pois alcançaremos as três nações de uma só vez.
Quais são as principais vitórias alcançadas pelo ministério até o momento?
Quando pensamos em vitórias, sempre nos vem à mente a razão pela qual trabalhamos, nossa linha de chegada. Sem dúvida, celebramos muito as dez igrejas implantadas nas nações, pois elas representam o êxito de todo o nosso trabalho.
Como a Missão Adore é mantida?
Nosso trabalho é mantido a partir do relacionamento com igrejas que conhecem e, por isso, acreditam no nosso trabalho. Todos os recursos provêm de ofertas, de pessoas que amam missões e compreendem o chamado de Deus para a Igreja. Consideramos que nosso êxito tem sido pela transparência e responsabilidade com que tratamos os investimentos realizados pelos nossos mantenedores. Nossa equipe no Brasil faz um trabalho muito próximo das igrejas, dos mantenedores, sempre prestando conta dos resultados obtidos na missão.
Como um interessado pode se engajar e ajudar?
Com uma oferta mensal, que pode ser feita pelo nosso site www.missaoadore.com.br, é possível fazer parte dos nossos trabalhos e receber notícias sobre o que está sendo realizado no campo missionário. Além da oferta mensal, há também a possibilidade de apadrinhamento através do programa Eu Adoto, por meio do qual o mantenedor recebe notícias da criança que tem sido beneficiada com alimentação, roupa e educação. Para saber como fazer parte desse programa, basta escrever para [email protected].
Uma mensagem aos leitores da Mundo Cristão.
Minha mensagem e oração é para que cada um dos leitores da Mundo Cristão possa cumprir o seu chamado e propósito. Deus tem sonhos a respeito de nós e somos nós quem dizemos sim a eles. Não tenha a ilusão de que é fácil, muitas vezes sofremos angústias e perseguições, mas viver os propósitos de Deus enche nossa vida de significado e nos leva a um relacionamento mais profundo com ele e, por isso, vale a pena! Que Deus abençoe vocês, leitores da Mundo Cristão, e toda a equipe e direção da editora com todas as sortes de bênçãos!
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