Christopher J. H. Wright dá dicas preciosas sobre o assunto em seu livro “Como pregar e ensinar com base no Antigo Testamento”
Você deseja entender com mais profundidade a riqueza, a beleza e as aplicações do Antigo Testamento em nosso dia a dia? Gostaria de ter orientação que auxilie seus estudos? É pastor, pregador, professor ou alguém que ama meditar e ensinar a Bíblia? Busca literatura instrutiva para sua formação? Sim? Então você vai se surpreender com o livro Como pregar e ensinar com base no Antigo Testamento, escrito por Christopher J.H. Wright, doutor em teologia pela Universidade de Cambridge, também autor do livro Aprendendo a viver como Jesus, ambos lançados no Brasil pela MC.
Em Como pregar e ensinar com base no Antigo Testamento, Christopher J.H. Wright conduz o leitor a uma jornada de descobertas, esclarecendo princípios para a boa interpretação das Escrituras. Com exemplos práticos e uma abordagem curiosa e fácil de entender, Wright ajuda o leitor a conhecer mais detalhadamente a Lei, os profetas, os salmos e a literatura de sabedoria para que, a partir do entendimento dos diferentes estilos literários que formam o texto sagrado, possa pregar e ensinar de forma correta e responsável.
Para que você deguste um pouco dessa obra fascinante, compartilhamos a seguir um trecho em que Wright dá insights acerca da poesia e das emoções expressas em Salmos, bem como do modo de interpretar e ensinar as verdades que essa porção das Escrituras nos revela. Boa leitura!
Sinta a emoção e compartilhe a experiência
Por Christopher J.H. Wright em Como pregar e ensinar com base no Antigo Testamento
A poesia é a linguagem da experiência. Ela dá voz a todos os sentimentos que cercam as diferentes experiências. E a gama de experiências e emoções de Salmos é absolutamente vasta! Aqui estão alguns exemplos das emoções que encontramos. É fácil encontrar referências nos salmos para cada uma delas:
• Alegria e felicidade
• Gratidão e ação de graças
• Admiração e deslumbramento
• Dor e mágoa
• Raiva e amargura
• Remorso e tristeza
• Questionamento perplexo
• Anseio
• Agonia
• Esperança
• Confiança
• Alívio
Os salmistas descrevem todo tipo de situação. Também não é difícil encontrar salmos que mencionem:
• Estar só
• Estar acompanhado de muitas pessoas
• Ser acusado falsamente
• Passar por grande perigo ou angústia
• Ficar doente, à beira de morte
• Sofrer perda ou dano
• Ser resgatado do perigo
• Sentir culpa por cometer um pecado
• Estar grato pelos dons ou atos de Deus
• Viajar para adorar a Deus em Jerusalém
• Sair em batalha
• Voltar de uma batalha
• Coroar um novo rei
• Dar testemunho na adoração pública
• Ver a destruição da cidade e do templo
• Ir para o exílio
Algo interessante acerca de Salmos é que, originalmente, esses cânticos foram escritos por pessoas e dirigidos a Deus ou a outros indivíduos (p. ex., convidando os outros a louvar a Deus). São palavras humanas proferidas (em sua maior parte) para Deus. Mas agora nós as lemos como parte da Bíblia, ou seja, a palavra de Deus para nós. É por isso que podemos pregá-las e ensiná-las.
Quando pregamos ou ensinamos sobre qualquer parte da Bíblia, estamos dizendo à nossa congregação: “Acredito que seja isso que Deus quer nos dizer agora, com base naquilo que ele disse nesta passagem da Bíblia”. Assim, nesse sentido, Salmos se tornou parte da mensagem de Deus para nós, e não só um conjunto de palavras humanas dirigidas a ele. Creio que existem diferentes motivos para essa “mudança” (i.e., palavras escritas naquela época por seres humanos a Deus, que hoje lemos como a palavra de Deus para nós).
Em primeiro lugar, isso acontece porque é o que Deus queria que ocorresse. Embora esses cânticos tenham se originado no coração e na mente reais de seus autores humanos (eles realmente sentiram, pensaram e disseram essas coisas em relação à sua própria experiência), era plano divino que aquilo que escreveram e reuniram em coletâneas se tornasse parte de sua palavra inspirada. Nesse sentido, Salmos não difere das outras partes da Bíblia — são palavras humanas que Deus inspirou para se tornarem parte de sua palavra.
Em segundo lugar, creio que é por causa do modo como o próprio Deus se encontra tão profundamente envolvido nas experiências e emoções que enchem os salmos. Deus estava lá, naquelas situações que os salmistas enfrentaram. Assim,aqueles que reuniram os salmos para as gerações posteriores de israelitascantarem reconheciam que, por meio das palavras dos autores originais e dascircunstâncias que eles enfrentaram, Deus poderia continuar a lhes falar vez após vez. E da mesma maneira, por termos acesso a esses cânticos na Bíblia, Deus também fala a todos nós que já enfrentamos o mesmo tipo de situação ou sentimosemoções parecidas.
É isso que acontece quando pregamos e ensinamos os salmos com fidelidade. Para pregá-los e ensiná-los, precisamos tentar entrar na experiência e nas emoções dos autores. Não leia os salmos “com frieza”. Não leia como se fossem meras “doutrinas em versos”. Eles, de fato, contêm verdades maravilhosas sobre Deus, o mundo e nós mesmos […]. Mas são, acima de tudo, cânticos em poesia, repletos de vida real e emoções reais. Tente ver, ouvir e sentir isso. Identifique o humor, bem como a mensagem de cada salmo ao se preparar para pregar ou ensinar sobre ele.
Gostou da leitura?
Clique aqui e adquira o seu exemplar de Como pregar e ensinar com base no Antigo Testamento.
Quer saber mais? Ouça nosso bate-papo sobre o lançamento da obra no Brasil.