“Que tragédia se passarmos a vida inteira ocupados fazendo coisas boas, mas negligenciando a única que Jesus nos disse ser fundamental, aquilo que ele chamou de Grande Comissão!”, J.D. Greear
A igreja não pode ser apática. Ela tem um chamado à ação, a ir ao mundo inteiro e anunciar as boas-novas a todos (MC 16.15). A exemplo dos discípulos que ouviram a Grande Comissão da boca de Cristo e lhe obedeceram, indo a toda parte e anunciando a mensagem, cada cristão do século 21 deve ter senso de urgência e amor pelas almas, levando as boas-novas de vida eterna a quem não conhece o Salvador.
Mas parece que estamos perdendo vigor. Veja estes dados extraídos do livro O evangelho acima de tudo: A verdadeira fonte para a renovação da igreja, escrito por J.D. Greear, pastor e doutor em Filosofia:
- 70% dos britânicos afirmam não ter intenção alguma de ir a um culto na vida. Por nenhum motivo. Nem na Páscoa. Nem a um casamento. Nem a um funeral, nem na véspera de Natal. Setenta por cento!
- O número de membros e batismos nas igrejas evangélicas continua a diminuir ano pós ano. Apenas na Convenção Batista do Sul, o total de membros diminuiu em mais de duzentos mil de 2016 para 2017, e o número de batismos teve uma queda de quase 10%.
- A proporção de membros das igrejas batistas do sul para batismos é de chocantes 59 por 1. Para cada praticamente sessenta membros da maior denominação protestante dos Estados Unidos, há somente um novo batismo por ano.
- Em uma pesquisa da LifeWay realizada entre protestantes norte-americanos, 78% dos membros de igrejas disseram haver compartilhado sua fé com exatamente zero pessoas nos últimos seis meses.
Qual é o problema?
Conforme sinaliza J.D. Greear, “não estamos fazendo discípulos que fazem discípulos”. “Nossas igrejas passaram por uma revolução de sensibilidade aos interessados, inovações em cultos para convidados, avanços tecnológicos e grande aprimoramento em nossas experiências de adoração. No entanto, se olharmos para o canal de discipulado, tudo parece congelado”.
“Sermões, livros e podcasts são ótimos, mas certas dimensões do discipulado só podem acontecer no contexto dos relacionamentos. Discípulos são formados por discipuladores — de maneira intencional e pessoal, uma alma de cada vez. Não existe atalho.”
“Sem uma estratégia nova, o futuro parece cheio de megaigrejas chamativas disputando umas com as outras por pedaços maiores de uma torta cada vez menor.”
J. D. Greear
Sugestões para um discipulado autêntico:
A seguir, listamos alguns insights extraídos de O evangelho acima de tudo para que você tenha rápido acesso a orientação oportuna e a um recurso para compartilhar com seus irmãos na fé, pequeno grupo, líderes de escola bíblica dominical, ministérios de evangelismo e discipulado.
O evangelho acima de tudo: A verdadeira fonte para a renovação da igreja traz uma análise de como questões secundárias e até mesmo úteis têm tomado o lugar do evangelho como ponto focal da igreja.
Partindo de uma visão evangélica clássica, J.D. Greear procura resgatar a primazia do evangelho na vida dos cristãos, que, hoje, parece negligenciado por questões culturais e políticas e por preferências pessoais.
Ao longo da obra, J. D. Greear aborda pautas candentes de nosso tempo e anima o leitor a não permitir que a dúvida, as distrações ou o desespero o afastem da esperança do evangelho e da crença em um Deus que continua a agir no mundo e no coração dos seres humanos.
Insights para você refletir, praticar e compartilhar
- “Discipulado significa fazer todas as coisas diárias da vida com outras pessoas enquanto caminha rumo a Jesus, passo a passo, dia após dia, refeição por refeição, conversa por conversa. Se você pensar assim, fazer discípulos é bem simples — você só precisa trazer pessoas junto com você em sua jornada espiritual. Discipulado está mais ligado a abrir a própria vida do que a fazer alguém cumprir um programa.”
- “Se você tem hábitos cristãos na vida que valem a pena ser imitados, pode ser um discipulador. Não é necessário passar por anos de treinamento. Você apenas ensina os outros a seguir a Cristo assim como você o segue (1Co 11.1).”
- “Rosaria Butterfield diz que o lar é o instrumento evangelístico mais importante na caixa de ferramentas do cristão, sobretudo se o objetivo é alcançar pessoas que estão longe de Deus. É no lar que o não cristão sente o calor da aceitação divina. É no lar que ele pode ver nossa vida de perto o bastante para querer saber a razão da esperança que habita em nós. É no lar que transformamos ‘estranhos em próximos e próximos em família’.”
- “Rosaria destaca que a grande maioria dos encontros pessoais de Jesus com os perdidos aconteceu durante refeições em lares. Aliás, ela conta que, nos Evangelhos, Jesus sempre parece estar saindo de uma refeição ou a caminho de uma. Ele meio que passa o Evangelho inteiro de Lucas comendo. Esse é um Salvador que me empolgo em seguir! É assim que alcançaremos as pessoas com o evangelho de maneira mais eficaz hoje.”
- “Enquanto você vai, leia a Bíblia.”
- “Pedi a um dos melhores discipuladores que eu conheço que partilhasse comigo seu método de discipulado. Eu esperava um currículo sofisticado com uma técnica cirúrgica. Em vez disso, ele me mandou uma lista escaneada de 31 versos bíblicos que ele digitou em um processador de texto lá na década de 1980. Contou-me então que ele entrega essa lista para a pessoa e lhe pede que anote, ao lado de cada uma das referências, o que Deus pode estar dizendo para ela por meio da passagem.
“Então tem um encontro semanal com a pessoa a fim de conversar sobre as respostas. Depois, pergunta se quer ler um livro da Bíblia juntos e fazer o mesmo. É isso.
“Nenhum ingrediente secreto, nenhum choque eletrizante de genialidade discipuladora, nenhuma fórmula mágica, nenhum truque intelectual Jedi. No entanto, praticamente toda vez que nossa igreja tinha um batismo, esse discipulador havia se envolvido com a decisão de uma das pessoas ali — ou diretamente ou por meio de alguém que ele havia conduzido a Cristo no passado.
- “Ao transitar pelo ritmo normal da vida, convide alguém para fazer a jornada a seu lado e ler a Bíblia junto com você. Deixe as pressões da vida, a Palavra de Deus e o Espírito Santo levarem o fardo pesado. Você ficará surpreso com os resultados.”
“Talvez você seja bom em muitas dimensões da vida cristã, mas é bom em fazer discípulos? Consegue apontar para outros servindo na missão agora que não eram convertidos quando você os conheceu? Você está se reproduzindo? Que tragédia se passarmos a vida inteira ocupados fazendo coisas boas, mas negligenciando a única que Jesus nos disse ser fundamental, aquilo que ele chamou de Grande Comissão!”
J.D. Greear
Um insight adicional:
“Pedimos a cada membro de nossa congregação que identificasse uma pessoa para orar e buscar trazer a Cristo ao longo do ano. Apenas uma. A frase que repetíamos bastante era: ‘Quem é sua pessoa?’. Não é uma ideia elaborada ou complicada. Comece a orar por uma pessoa com quem você pode fazer amizade, convidar para vir à igreja e compartilhar Jesus. Ou faça o compromisso de convidar pelo menos um não cristão para fazer uma refeição em seu lar no mínimo uma vez por mês. Não vale contar os filhos.
“Essa ideia simples levou ao ano mais eficaz na área evangelística na história de nossa igreja. Batizamos setecentas pessoas naquele ano. Foi extraordinário ver as pessoas de pé no tanque batismal com o recém-convertido e me contarem depois: ‘Era ela! Ela era minha pessoa!’.
“O melhor pedido de oração que já ouvi de um membro foi: ‘Pastor, acabamos de batizar minha pessoa! Você ora por mim, para que Deus me dê outra?’.
“E se todo cristão fizesse o compromisso de orar de maneira específica e fervorosa por uma pessoa, com o objetivo de partilhar Jesus com ela de forma intencional ao longo do ano? E se pelo menos os pastores fizessem isso? O impacto seria estarrecedor!
“Então, quem é a sua pessoa?
“Você está disposto a pedir a Deus agora mesmo que revele alguém para você?”
J. D. Greear é doutor em filosofia pelo Seminário Teológico Batista do Sudoeste e pastor da Summit Church, igreja que reúne mais de doze mil membros. Entre 2018 e 2021, atuou como presidente da Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos. Vive em Durham, na Carolina do Norte, com a esposa, Veronica, e quatro filhos.
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