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Calvinismo e arminianismo: diferenças e fundamentos teológicos

Calvinismo e arminianismo são vertentes teológicas cristãs que têm gerado debates profundos ao longo dos séculos. 

Ambas surgiram a partir da Reforma Protestante, com João Calvino e Jacobus Arminius defendendo diferentes visões sobre a salvação e a soberania divina. 

Neste texto, vamos explorar essas duas vertentes, suas diferenças e implicações, para entender como elas influenciam a fé e a prática cristã. Continue lendo e descubra! 

O que é o calvinismo e quais são seus fundamentos?

O calvinismo é uma vertente do cristianismo surgida durante a Reforma Protestante, em 1536, com João Calvino. Diferente do catolicismo, defende a predestinação, ou seja, a ideia de que Deus já determinou quem será salvo.

A doutrina calvinista entende que nada acontece fora da vontade divina. Acredita-se que Deus, desde sempre, já sabe quem alcançará a salvação e quem não. 

E quais são os 5 pilares do calvinismo?

Os cinco pilares do calvinismo foram definidos no Sínodo de Dordt e são conhecidos pelo acrônimo TULIP. Cada letra representa um princípio central da doutrina:

  • Depravação Total (Total Depravity): o ser humano nasce em pecado, herdado de Adão e Eva. Sua natureza está corrompida e, por si só, ele não consegue buscar a Deus. Somente a intervenção divina pode salvá-lo.
  • Eleição Incondicional (Unconditional Election): a salvação não depende das boas ações do indivíduo, mas da escolha soberana de Deus. Ele decide, sem base nos méritos humanos, quem será salvo.
  • Expiação Limitada (Limited Atonement): a morte de Cristo não teve o propósito de salvar toda a humanidade, mas apenas aqueles que Deus escolheu.
  • Graça Irresistível (Irresistible Grace): quando Deus chama alguém para a salvação, esse chamado não pode ser rejeitado. Sua graça é mais forte do que qualquer resistência humana.
  • Perseverança dos Santos (Perseverance of the Saints): Quem recebe a salvação nunca a perde. Deus garante que seus escolhidos permaneçam fiéis até o fim.

Embora sejam chamados de “pontos do calvinismo”, esses princípios não foram escritos por João Calvino, mas desenvolvidos por seus seguidores anos depois de sua morte, com base em seus ensinamentos.

O que é o arminianismo e quais são seus fundamentos?

O arminianismo é uma corrente teológica cristã que surgiu no início do século XVII, nos Países Baixos, como uma resposta ao calvinismo. 

Seu nome vem de Jacobus Arminius (1560-1609), teólogo que questionou a predestinação incondicional defendida pelos calvinistas.

Arminius estudou em Genebra sob a supervisão de Teodoro de Beza, sucessor de João Calvino. 

Com o tempo, Arminius passou a discordar da ideia de que Deus já teria determinado o destino de cada pessoa de forma irrevogável, independentemente de suas escolhas. 

Esse pensamento ganhou força entre teólogos e comunidades cristãs que viam nele uma alternativa ao determinismo calvinista. Até hoje, o arminianismo influencia diversas tradições cristãs, como o metodismo e algumas igrejas batistas.

E quais são os 5 pilares do arminianismo?

Os cinco pilares do arminianismo são:

  • Vontade livre: o ser humano tem livre-arbítrio e pode aceitar ou rejeitar Cristo. Embora a natureza humana tenha sido afetada pelo pecado, Arminius defendia que ainda resta no homem a capacidade de escolher a fé.
  • Eleição condicional: Deus elege para a vida eterna aqueles que Ele previu que creriam em Cristo. A salvação, nesse caso, depende da resposta do indivíduo à fé.
  • Expiação universal: Cristo morreu por todos, e sua morte possibilita a salvação de qualquer pessoa. No entanto, cada indivíduo precisa aceitar essa redenção.
  • A graça pode ser impedida: Deus deseja salvar todos e concede sua graça a todos os homens, mas essa graça pode ser rejeitada. A decisão final cabe ao próprio ser humano.
  • O homem pode cair da graça: a salvação não é incondicional. Quem deixa de crer e se afasta da fé pode perder a salvação.

Qual a diferença entre calvinismo e arminianismo?

As principais diferenças entre calvinismo e arminianismo são:

  • Calvinismo e arminianismo discordam sobre a graça preveniente
  • Calvinismo ensina eleição incondicional, arminianismo defende eleição condicional
  • Expiação limitada no calvinismo e ilimitada no arminianismo

Calvinismo e arminianismo discordam sobre a graça preveniente

O calvinismo ensina que a graça de Deus é irresistível. Isso significa que, quando Deus decide salvar alguém, essa pessoa não pode resistir à sua graça. 

O arminianismo, por outro lado, defende a graça preveniente, que capacita o ser humano a escolher aceitar ou rejeitar a salvação.

Calvinismo ensina eleição incondicional, arminianismo defende eleição condicional

Para os calvinistas, Deus escolhe quem será salvo sem levar em conta qualquer mérito ou decisão humana. Essa eleição é incondicional e baseada apenas na vontade divina.

Já os arminianos acreditam que Deus elege com base na fé prevista, ou seja, ele antecipa quem crerá e, a partir disso, concede a salvação.

Expiação limitada no calvinismo e ilimitada no arminianismo

No calvinismo, a morte de Cristo foi eficaz apenas para os eleitos, garantindo sua salvação. No arminianismo, a expiação é ilimitada, significando que Cristo morreu por todos, mas apenas aqueles que escolhem crer recebem os benefícios da salvação.

Como posso saber se sou calvinista ou arminiano?

Para responder a essa pergunta, é preciso entender como você enxerga a relação entre Deus e a fé. 

Você acredita que o desejo por Cristo vem unicamente de Deus, que age de forma irresistível naqueles que serão salvos? Ou acha que Deus ajuda a todos, mas cabe a cada um decidir crer?

No calvinismo e arminianismo, essa diferença é central. Os calvinistas entendem que o ser humano está espiritualmente morto e só crê porque Deus desperta nele um desejo que não pode ser recusado. 

Já os arminianos creem que Deus dá graça a todos, mas a decisão final depende da resposta de cada um.

Definir sua posição não é algo simples. Envolve estudar as Escrituras, refletir sobre a própria fé e considerar como você entende a soberania de Deus e a responsabilidade humana.

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Conclusão

Calvinismo e arminianismo, embora compartilhem raízes na Reforma Protestante, apresentam divergências significativas em como entendem o papel de Deus e do ser humano na salvação. 

Enquanto o calvinismo foca na soberania de Deus e na predestinação, o arminianismo coloca ênfase na liberdade humana e na capacidade de escolha diante da graça divina. 

Essas diferenças, embora teológicas, moldam práticas e perspectivas dentro das comunidades de fé.

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