Uma abordagem sobre o relacionamento interpessoal na era da comunicação virtual
Fomos criados de modo especial pelo Criador: à imagem e semelhança Dele. Pensamos criativamente, expressamos nossos sentimentos, sorrimos, aprendemos, criamos… nos relacionamos.
Aliás, o homem é um ser interpessoal. Todos nós precisamos do outro para aprender, para crescer, para viver. O amor deve ser a base desse relacionamento: Ame o seu próximo como a si mesmo, Mateus 22.39, NBV.
A comunicação, nesse contexto, exerce papel fundamental, pois ela viabiliza a troca, seja de experiências ou de afeto.
É no contato com outros seres humanos que desenvolvemos nossas habilidades, somos lapidados e edificados diante das situações e desafios da vida – somos seres comunicativos!
É por isso que o desenvolvimento e o aprimoramento de novos meios de comunicação figuram entre os mais importantes avanços tecnológicos na modernidade.
Telefonia celular, internet, redes sociais e mensagens instantâneas formam parte do arsenal de inovações que encurtam distâncias e traspõem fronteiras, aproximando pessoas e fazendo com que a informação chegue rapidamente aos quatro cantos da terra.
Utilizar bem essas ferramentas é útil e importante. Conectar-se com pessoas ficou “mais fácil”. Todavia, diante de tantos mecanismos virtuais para a comunicação, um aviso é necessário: depender apenas deles em nosso relacionamento com o próximo pode ser prejudicial.
O problema reside no fato de que o relacionamento humano não pode trafegar tão somente pelo âmbito virtual ou ser expresso apenas por mensagens ou elementos iconográficos.
Pessoas precisam de toque, de abraço, de atenção e de tempo. Na era dos amigos virtuais e da contagem de caracteres em mensagens cada vez mais enxutas, é importante não nos esquecermos dos bons métodos antigos: Um telefonema, uma visita pessoal, conversa ao redor da mesa, aperto de mão firme com a força de olhos nos olhos.
Tais costumes não podem sair de moda. Um olhar amigo alegra o coração, e as boas notícias dão mais ânimo para enfrentar a vida. Provérbios, 15.30, NBV.
Na sociedade moderna, infelizmente, apesar de tantos meios, as pessoas se conectam e se comunicam muito menos, (de verdade!).
Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da Carnegie Mellon University (CMU),
na Pensilvânia (EUA), liderado por Sheldon Cohen, professor de psicologia da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da instituição apontou que pessoas que recebem abraços, uma forma de “apoio social”, estão mais protegidas contra efeitos nocivos do estresse.
Tal conclusão foi tomada após a observação de mais de quatrocentos adultos saudáveis que foram expostos ao vírus da gripe. Parte daqueles que não manifestaram a doença ou que tiveram sintomas leves estavam entre as pessoas que receberam afeto de pessoas próximas.
Um estudo interessante que nos faz pensar na importância que gestos simples, mas poderosos, possuem. Independentemente da teoria, uma coisa é certa: é bom receber o amor expresso em atitudes concretas.
Diante disso, surge um elemento para a reflexão: Como está a nossa comunicação interpessoal?
As telas do computador ou do celular têm sido mais observadas que os rostos de nossos entes queridos ou amigos?
Quando foi a última vez que nos sentamos para escutar alguém, para oferecer-lhe o dom da presença?
Aliás, temos sido pessoas presentes no mundo real ou o somos apenas no virtual?
Que tal aprimorarmos nossas “habilidades de comunicação”?
Você topa?
Utilize todas as ferramentas que você tem à disposição, mas não se esqueça de que sua linguagem: seja voz, libras ou apenas um olhar; seu abraço, atenção, sorriso e sua companhia são as mais importantes delas!
Aliás, você já deu um abraço em alguém hoje?