A importância da escuta empática na criação dos filhos adolescentes

Ouça seu filho com atenção e aprofunde sua amizade com ele

Você, alguma vez, no intuito de transmitir um valor, um conselho, uma orientação ou de simplesmente conversar com seu filho, terminou o diálogo em discussão ou com a péssima sensação de que se afastou ainda mais dele? Já se sentiu frustrado por falhar na hora de estabelecer comunicação com quem ama e acabou gerando nessa pessoa ressentimento e mágoa? Se isso já aconteceu com você, seu erro pode estar em uma atitude simples e eficaz, mas que tem sido a causa do tropeço de muitos pais por aí: a escuta empática.

Escutar com empatia é escutar com atenção, intenção e vontade, com o objetivo de realmente compreender o outro. Conforme sugere Gary Chapman em seu livro As 5 linguagens do amor dos adolescentes , a escuta empática requer a identificação com os sentimentos da pessoa com quem estamos conversando e, assim, no contexto da criação de adolescentes, se colocar no lugar do filho e tentar entender o que o levou a ter determinado comportamento e como está se sentindo.

O adolescente precisa sentir

O adolescente precisa sentir que é amado e respeitado, que ele tem uma voz que merece ser ouvida e tida em consideração. Justamente porque está firmando sua identidade, o jovem busca estabelecer seu lugar no mundo e influir nas circunstâncias ao redor. Pelo fato de estar numa fase repleta de mudanças significativas, sejam físicas ou emocionais, muitos adolescentes têm dificuldades ao lidar com os conflitos e as diversas escolhas a fazer.

Por isso, os pais precisam de paciência e compreensão para estabelecer um relacionamento frutífero com o jovem. Escutar com empatia, assim como afirma Chapman, resulta em entendimento, o que cria a possibilidade de ajudar de fato o adolescente. “Se o adolescente percebe que os pais estão se esforçando para entendê-lo e se identificam com os sentimentos dele, tem um incentivo para continuar a falar. Se, contudo, percebe que os pais o escutam com uma atitude julgadora, a conversa dura pouco, e ele vai embora se sentindo rejeitado”, diz o autor.

“O adolescente precisa sentir que é amado e respeitado, que ele tem uma voz que merece ser ouvida e tida em consideração.”

Para ter conversas de qualidade com o filho nessa faixa de idade, Chapman pontua algumas posturas eficientes por parte dos pais. Dentre elas: olhar nos olhos do adolescente quando estiverem conversando; não fazer outra coisa enquanto o ouve; procurar identificar os sentimentos do filho; observar a linguagem corporal e não interromper. Tais atitudes abrem a via de comunicação com o jovem e o faz se sentir valorizado.

Aprofunde sua amizade com ele!

Se você tem um filho adolescente, aproveite essa fase única para aprofundar ainda mais sua amizade com ele. Seja a pessoa em quem ele pode confiar, desabafar e compartilhar não somente as alegrias, mas também os medos e as frustrações. Ao invés de tentar impor sua opinião, abra espaço para a troca, para o diálogo rico e agradável. Faça perguntas ao seu filho e lhe dê espaço para responder genuinamente a partir da visão de mundo dele. Assim, nessa dinâmica produtiva, seus laços afetivos vão se fortalecer ainda mais e seu filho enxergará em você também um grande amigo. •

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