Em artigo de bastidores, Mark Carpenter, presidente da Mundo Cristão, fala sobre o relançamento e compartilha um curioso relato sobre seu contato com a obra de Lewis
Descobri C.S. Lewis da forma mais simples e natural possível: como criança à mesa, logo após o jantar. Nesse momento, meu pai empurrava sua cadeira levemente para trás para alcançar um dos livros da série Nárnia. Ele lia um capítulo por noite para uma pequena plateia de meninos de olhos esbugalhados, perdidos nas aventuras que trazia à vida, dando voz a cada personagem. Eu e meus irmãos sonhávamos com Nárnia e, secretamente, procurávamos maneiras de alcançá-la através dos guarda-roupas, quadros e paradas de trem da nossa pequena cidade.
Nárnia é apenas um dos mundos criados por Lewis. Há ambientes de ficção científica, de mitologia clássica e do submundo de demônios estrategistas. Até as suas obras de não ficção desvendam mundos cerebrais onde a lógica labiríntica e arrebatadora não nos deixa alternativa à plena aceitação das suas descobertas.
Lewis tem fama de apologista do cristianismo, mas as defesas mais persuasivas não resultam de táticas de exposição lógica. Ocorrem naturalmente como consequência da retórica de quem consegue ver Deus no universo. Lewis foi o escritor cristão mais influente do século 20, pois conseguiu fazer com que os elementos da fé resistissem aos ataques de todas as outras cosmovisões.
Sobre o livro
A vida de C.S. Lewis, biografia escrita por Alister McGrath e lançada pela Mundo Cristão em 2013, agora volta ao catálogo da editora após ficar um tempo esgotada. A pesquisa minuciosa de McGrath revela um Lewis cuja vida foi tão fascinante quanto os seus livros. Longe de ser hagiografia [a descrição da vida de um santo], McGrath revela um homem brilhante mas atormentado por lembranças cruéis, imperfeições e vícios; um homem apaixonado por Deus mas absolutamente humano.
A influência de Lewis continua a crescer no Brasil com a reedição de seus livros e a expansão do universo dos seus leitores. A leitura de A vida de C.S. Lewis enriquece todas as demais obras, pois conhecer o homem manifesta sua motivação narrativa, suas escolhas literárias e seu objetivo mais profundo. •
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