Norman Geisler e Thomas Howe, autores das notas da Bíblia de estudo perguntas e respostas, esclarecem o assunto
Por Norman Geisler e Thomas Howe em Bíblia de estudo perguntas e respostas
Alguns têm sugerido que as Escrituras sempre podem ser confiáveis em questões de ordem moral, mas que nem sempre são corretas em questões históricas. Eles confiam na Bíblia no campo espiritual, mas não na esfera da ciência.
Se isso fosse verdade, entretanto, negaria a autoridade divina da Bíblia, já que o espiritual, o histórico e o científico estão frequentemente interligados.
Um cuidadoso exame das Escrituras revela-nos que as verdades científicas (factuais) e as espirituais são muitas vezes inseparáveis.
Por exemplo, não se pode separar a verdade espiritual da ressurreição de Cristo do fato de que seu corpo deixou para sempre vazio o túmulo e que depois ele apareceu fisicamente (Mt 28.6; 1Co 15.13-19).
Da mesma forma, se Jesus não tivesse nascido de uma mulher biologicamente virgem, então ele não seria diferente do resto da humanidade, sobre quem recai o estigma do pecado de Adão (Rm 5.12).
Também a morte de Cristo por nossos pecados não pode ser separada do fato de que ele derramou literalmente seu sangue na cruz, pois “sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb 9.22).
A existência e a queda de Adão tampouco podem ser um mito. Se não tivesse havido literalmente um Adão, e se não tivesse havido de fato a queda, então o ensino espiritual quanto ao pecado herdado e quanto à morte física, dele decorrente, estaria errado (Rm 5.12).
A realidade histórica e a doutrina teológica juntas permanecem ou juntas caem por terra.
Além disso, a doutrina da encarnação é inseparável da verdade histórica de Jesus de Nazaré (Jo 1.1,14). E ainda, o ensino de caráter moral de Jesus quanto ao casamento baseou-se no que ele ensinou quando disse que Deus juntou literalmente um Adão e uma Eva em matrimônio (Mt 19.4-5).
Em cada um desses casos, o ensino moral e o teológico perdem totalmente o sentido se desconsiderado o evento histórico e factual. Negando-se que aquele evento ocorreu literalmente no tempo e no espaço, fica-se então sem uma base para crer na doutrina bíblica construída sobre ele.
Com frequência, Jesus comparou eventos do AT diretamente com importantes verdades espirituais. Por exemplo, ele relacionou sua morte e ressurreição com Jonas e o grande peixe (Mt 12.40).
Da mesma forma, sua segunda vinda foi comparada com os dias de Noé (Mt 24.37-39). Tanto as circunstâncias como as características de tais comparações deixam claro que Jesus estava afirmando que aqueles eventos foram fatos históricos, que realmente aconteceram.
De fato, Jesus afirmou a Nicodemos: “Se, tratando de coisas terrenas não me credes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (Jo 3.12). Em resumo, se a Bíblia não falasse com verdade a respeito do mundo físico, ela não poderia ser digna de confiança ao referir-se ao mundo espiritual. Os dois mundos acham-se intimamente relacionados.
A inspiração inclui não apenas tudo o que a Bíblia explicitamente ensina, mas inclui também tudo a que ela se refere. Isso é verdade quando a Bíblia se reporta à história, à ciência ou à matemática.
Tudo o que a Bíblia declara é verdadeiro, podendo ser tanto um ponto de maior como também de menor importância. A Bíblia é a Palavra de Deus, e ele não se desvia da verdade em nenhum momento. Todas as partes das Escrituras são verdadeiras, assim como o todo que elas formam.
Saiba mais!
O artigo que você acaba de ler é um trecho da Bíblia de estudo perguntas e respostas, com notas de Norman Geisler e Thomas Howe. Um material riquíssimo escrito por duas grandes autoridades da teologia e apologética cristã. Fruto de mais de quarenta anos de esforços no sentido de compreender as Escrituras, os estudos compartilhados por Geisler e Howe lançam luz às passagens mais polêmicas que largamente são utilizadas pelos críticos da Bíblia. Ao todo são mais de 780 tópicos explicados de forma clara e assertiva. Para ler resenha da obra clique aqui.