A estante de livros do time MC!

Confira as dicas de obras que estão sendo devoradas pela equipe da Mundo Cristão

Uma equipe plural, antenada e eclética. O quadro de colaboradores da MC é composto por profissionais de diferentes idades, áreas e especialidades, mas que nutrem um amor em comum: fazer da Mundo Cristão um referencial na produção do melhor da literatura cristã no Brasil. Essa tarefa não é fácil. É preciso ter repertório, estar atento em relação ao que está acontecendo no mundo e entender o universo dos leitores.

Para isso, uma pitada de curiosidade, outra de experiência e boas doses de leitura fazem do dia a dia de nossa equipe uma empolgante jornada repleta de informação e conhecimento — dinâmica que reflete diretamente no resultado de nosso trabalho.

Para a seção bastidores deste mês, convidamos nosso time a compartilhar as leituras que estão fazendo ou que fizeram recentemente. O mosaico dessa troca é um quadro divertido de obras, ideias e autores, que revelam a riqueza da diversidade de nossa equipe e as tendências pra lá de interessantes de leituras edificantes que estão disponíveis no mercado. Bora conferir?

“Sou fã de histórias da Segunda Guerra Mundial” – Cristiane Oliveira, Gerente de controladoria

Livro de sua estante: “O diário de Anne Frank”, de Anne Frank

Li recentemente O diário de Anne Frank, livro da adolescente alemã de origem judaica que registrou as atrocidades do Holocausto. Acho que esses relatos devem ser contados sempre e para sempre. Precisamos estar atentos ao mal que foi feito à humanidade, perpetrado em busca de ideais distorcidos. Não podemos cair novamente na mesma armadilha. Ler aquela experiência tão sofrida fez com que eu olhasse para a minha vida de outra forma… Ela me fez ver que não damos valor às coisas simples que temos, mas que fazem falta quando nos são tiradas; fez-me ver a importância da fé em tempos de desolação —a fé de que dias melhores virão — porque muitas vezes é a única coisa que nos mantém vivos; fez-me dar valor ao sol e ao luar, às batatas sem mofo e ao feijão que como todos os dias; fez-me ver como é bom poder ser quem sou e andar livremente. Sou feliz por ser livre. O que mais me impressiona nessas histórias é a capacidade de o ser humano ser cruel. Por outro lado, me impressiona também a bondade de Deus em meio a tanta maldade, como ele age nas pequenas coisas para que ador seja amenizada. Só precisamos mudar a perspectiva para perceber a presença dele em todos os momentos da vida. Enfim, é um livro que nos faz viajar para o íntimo do ser humano, e nos mostra que Deus está presente até mesmo nos momentos de profundo sofrimento. Só precisamos estar atentos para senti-lo.
 

“Repensando a relação entre teoria e prática”

Livro de sua estante: “Antifrágil – Coisas que se beneficiam com o caos”, de Nassim Nicholas Taleb

Muito me surpreendeu o livro Antifrágil (Best Business, 2014), do controverso analista de riscos Nassim Nicholas Taleb. Dono de uma erudição notável, o autor contesta vigorosamente as previsões convencionais dos ditos especialistas — economistas, filósofos, nutricionistas e até editores de livros — e nos convida a enxergar o mundo de uma nova perspectiva: a da “antifragilidade”, a qualidade daquilo que se beneficia com o caos. A leitura me fez repensar muita coisa sobre a relação entre teoria e prática neste nosso mundo por vezes tão aleatório e imprevisível. Uma obra no mínimo desafiadora.

“Fiquei curiosa para ver a famosa história da Cinderela com uma roupagem nerd/geek”

Livro de sua estante: “Geekerela”, de Ashley Poston

Entre um livro mais sério e outro eu resolvi dar uma chance para as obras do gênero youngadult. Eles têm e-books com bons preços, não costumam ser muito extensos e são ótimas pedidas para quando você só quer relaxar durante a leitura. Atualmente, estou lendo Geekerela (Quirk Books, 2017), de Ashley Poston. Fiquei curiosa para ver a famosa história da Cinderela com uma roupagem nerd/geek. É interessante observar como a autora utiliza elementos da nossa época (o fandom por atores ou séries que gostamos, as grandes convenções nerds, a Internet e até a gastronomia) para contar a clássica história e entregar uma nova relação que só seria possível em nossa década.  Ideal para quem quer entender um pouco sobre a forma como os jovens se relacionam atualmente. 

“Adoro discutir e pensar um pouco sobre o lado filosófico da vida”

Livros de sua estante: “Clássicos do Mundo Corporativo”, de Max Gehringer, além de obras de Allan Percy e outros livros relacionados à área financeira e aos negócios

Os últimos livros que li tratavam da área financeira e do mundo corporativo. Gosto demais das dicas sempre objetivas e didáticas de autores como Dony De Nuccio e Samy Dana sobre o orçamento e gastos pessoais. Apesar de sempre ler algo nessa área, gosto de procurar alguma novidade, seja na abordagem do autor ou nas mudanças do mercado que podem estar levando o indivíduo a cair em algumas armadilhas nos gastos e despesas extras. Apreciei as dicas e histórias do livro Clássicos do Mundo Corporativo, de Max Gehringer (Globo Livros, 2008). No livro, ele nos ajuda a refletir um pouco mais sobre o emprego, a carreira e todas as miudezas que tornam o trabalho um drama ou uma comédia. Com ele, sempre aprendo o lado bom e, por isso, me sinto feliz aqui na Mundo Cristão. Por fim, não posso deixar de citar meu autor preferido: Allan Percy! Sempre fico atento se há alguma obra dele a ser lançada e, quando isso acontece, esse livro passa na frente dos demais. Adoro discutir e pensar um pouco sobre o lado filosófico da vida, mesmo não sendo um filósofo ou alguém muito conhecedor da área. O que mais me chama a atenção em Allan Percy é a forma como ele consegue conjugar vários temas e autores (Nietzsche, Shakespeare, Oscar Wilde) e trazer lições preciosas de autoestima, desenvolvimento pessoal, relacionamentos, entre outros, tudo por meio de aforismos.

“Por dentro da amizade fascinante entre autores como J.R.R. Tolkien, C.S. Lewis, Owen Barfield e Charles Williams”

Livro de sua estante: “The Fellowship: The Literary Lives of the Inklings”, de Philip Zaleski & Carol Zaleski

The Fellowship: The Literary Lives of the Inklings, de Philip Zaleski & Carol Zaleski (Farrar, Straus & Giroux, 2015) trata da amizade entre quatro grandes escritores: J.R.R. Tolkien, C.S. Lewis, Owen Barfield e Charles Williams. O casal Zaleski começa com quatro breves biografias e, em seguida, descreve como os quatro chegaram à cidade de Oxford. O livro é uma análise fascinante sobre esse grupo que se reunia semanalmente durante muitos anos, no apartamento de Lewis na Oxford University e no pub The Eagle&Child, para discutir as grandes ideias da cultura daquele momento e para falar sobre seus casamentos, a política e as obras que estavam concebendo ou escrevendo. Em meio a muita fumaça de cigarro e cachimbo e a muitas canecas de cerveja “ale”, o convívio entre os quatro, além de outros “inklings” que se juntavam ao grupo periodicamente, afetou profundamente a produção dos escritores. Escrever é normalmente compreendido como ato solitário; os quatro demonstraram que esse ato solitário praticado coletivamente, sob os olhares de alguns dos leitores mais atentos daquela época, aprofundava a qualidade das suas obras individuais. The Fellowship defende a importância do escritor cristão e descreve o impacto da boa literatura sobre a cultura e a sociedade. 

“Desafio pessoal”

Livro de sua estante: “O retrato de Dorian Wilde”, de Oscar Wilde

Ultimamente, tenho tentado ler O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, em inglês, para ampliar meu vocabulário e para me desafiar mesmo. A edição que tenho é completa, emprestada de uma biblioteca e é da WordsworthClassics. Desejem-me sorte, rs.

“Um livro que a geração Facebook precisa ler”

Livro de sua estante: “Santidade”, de J.C. Ryle

Estou lendo atualmente Santidade, um clássico de 1879, de J. C. Ryle (editora Fiel). É um tratado fenomenal sobre o assunto. O que me chama a atenção é a extrema atualidade do texto. Embora tenha sido escrito na Inglaterra, há quase um século e meio, Ryle aborda questões sociais, eclesiásticas, antropológicas e espirituais com tanta maestria que a obra parece ter sido escrita por um brasileiro de 2017. Numa época em que muitos cristãos usam as redes sociais para mostrar o que têm de pior em sua forma de se posicionar e dialogar com quem pensa diferente deles, são preciosos comentários como “Uma causa defendida por tal linguagem só merece suspeita. Se não pudermos concordar com os homens, não precisamos falar sobre seus pontos de vista com descortesia e menosprezo”. A geração Facebook precisa ler livros como esse, que nos confrontam e nos conduzem à transformação de pensamentos e atitudes. 

“A graça de Deus revelada em encontros e desencontros”

Livros de sua estante: “Em Nome dos Pais”, de Matheus Leitão, e “A Estrada”, de Cormac McCarthy

O último livro que li foi o Em nome dos Pais (Intrínseca, 2017), escrito por Matheus Leitão. Na obra, Matheus resgata a história dos pais, os jornalistas Miriam e Marcelo Leitão, que foram presos e torturados pela ditadura militar, em 1972. A obra revela um período triste de nosso país, mas traz um elemento surpreendente: Matheus é cristão e, nessa jornada em busca de revelações históricas, a graça de Deus se revela nos encontros e desencontros. Vale a pena a leitura.

Neste momento, estou lendo A Estrada, de Cormac McCarthy (Alfaguara Brasil, 2007). Trata-se uma ficção pós-apocalíptica que narra a jornada de um pai e seu filho por uma terra arrasada. 

A obra ganhou o prêmio Pulitzer de 2007. 

“Concentração e percepção do estado de mente e espírito”

Livro de sua estante: “Atenção Plena – MindFulness”, de Mark Williams e Danny Penman

Estou lendo Atenção Plena – MindFulness, de Mark Williams e Danny Penman (Editora Sextante, 2015). Mindfulness é um método de meditação, irreligiosa, para concentração e percepção do seu estado de mente e espírito. Aprendi que funciona bem com a hora devocional, quando se aquieta o coração, mente e espirito para depois orar, sem fuga dos pensamentos. A experiência é de uma oração mais centrada sem distração, com um sentimento de relaxamento e paz. A curiosidade é que quebra o estereótipo da meditação como algo místico exclusivo dos hindus ou budistas, e da forma de estar sentado no chão de pernas cruzadas. A meditação mindfulness é apenas uma técnica de “se perceber”, de “concentrar-se”, de “focar”. Apenas isso e tudo isso. 

“Havia me esquecido como é bom se envolver nesse contexto de criança”–

Livro de sua estante:  “As Aventuras da Detetive Sol”, da série Detetives do Prédio azul

Diariamente eu e minha filha temos o “momento da leitura” onde cada uma lê o seu livro e a Bíblia e compartilhamos momentos com Deus. Recentemente resolvi ler o mesmo livro que a minha filha para entender melhor o seu universo, por isso estou lendo As Aventuras da Detetive Sol – da série Detetives do Prédio azul. Confesso que o enredo me surpreendeu, acho que havia me esquecido como é bom se envolver nesse contexto de criança, com aventuras e personagens intrigantes. Isso me proporcionou um tempo de qualidade impressionante com a minha filha, muitas vezes desperdiçado quando cada uma fazia sua leitura separadamente.Nossos assuntos ficaram mais ricos, uma experiência incrível.

Fora deste contexto estou lendo Augusto Cury, Mulheres Inteligentes, relações saudáveis, que nos ensina a conhecer melhor a mente humana, lidar com mais eficiência nas emoções e naturalmente ter mais resultado diariamente nos relacionamentos interpessoais. 

“Valorizo o hábito de complementar a jornada espiritual com livros” –

Livro de sua estante: “The HolySpirit: an introduction”, do John Bevere. 

Tem sido bacana compreender melhor os atributos e características do Espírito Santo que, como o próprio livro conta, muitas vezes ainda é rotulado como “algo estranho” em muitos ambientes, em vez de ser apreciado como alguém. O livro é de fácil compreensão e pode ser usado como devocional. Tenho usado os recursos extras como gatilhos para reflexões no dia a dia. Não dispenso a Bíblia como a minha principal fonte de conhecimento, mas tenho sempre valorizei a ideia de complementar a jornada espiritual com a visão de homens e mulheres que estudam a fundo sobre assuntos específicos da Palavra. Estou lendo a versão original, em inglês, com o objetivo de praticar a leitura numa língua estrangeira e ampliar o vocabulário.

“Humor e ironia, coisas que me atraem num texto” –

Livro de sua estante: “Não conte a ninguém”, do autor HarlanCoben

Em geral, como lazer, leio livros do gênero policial ou suspense. Há uns quatro anos ganhei o livro “Não conte a ninguém”, do autor HarlanCoben. Dias depois comecei a lê-lo e não queria fazer mais nada além disso, rs.

De lá pra cá virei fã do Harlan, já li praticamente todos os livros dele já lançados em português (mais de 20). Apesar de ser policial, tem bastante humor e ironia, que são coisas que me atraem num texto.

Além de histórias avulsas, ele tem duas séries: a do Mickey Bolitar e a do Myron Bolitar, que é a minha favorita, e inclusive o último que li foi dela: “O medo mais profundo”. Gosto muito porque é envolvente, tem muitas reviravoltas e ainda dá pra fazer um passeio em Nova York e arredores (local de origem do autor e locação de 90% de seus livros). 

“Uma das personalidades mais interessantes do século XX”

Livro de sua estante: Dietrich Bonhoeffer, de Eric Metaxas 

Li a biografia de Dietrich Bonhoeffer do autor Eric Metaxas pouco tempo depois que cheguei à Editora Mundo Cristão; foi o primeiro exemplar que comprei como funcionário aqui da editora, embora já tenha lido outros livros maravilhosos como: Diga sim com convicção do Bispo Miguel Uchoa. Bonhoeffer é, certamente para mim, uma das personalidades mais interessantes do século XX. Nascido em família extremamente rica e cheia de ilustres personagens, Bonhoeffer tinha tudo para viver uma vida longa e confortável. No entanto, inspirado pelo evangelho escolheu encarar sua época sombria. Bonhoeffer se tornou um acadêmico teológico do final do século XIX e início do século XX. Orientado por Harnack, a grande estrela do liberalismo teológico e do método histórico-crítico de interpretação das Escrituras, o teólogo da igreja confessante teve a coragem de rejeitar os dogmas liberais e reafirmar importantes aspectos da ortodoxia. Sua paixão por fazer a vontade de Deus o levou, finalmente, a enfrentar o próprio Hitler à custo de sua própria vida. Como um cristão e um líder, o que pode ser questionado é: Existe alguma situação em que é permitido conspirar para assassinar um chefe de Estado? Esta maravilhosa biografia trata-se de um livro de leitura fácil, bem documentado, em que, sempre que possível, o autor deixa o biografado falar por si através de uma série de citações contextualizadas, além disso, existem várias citações de sua infância, de seus pais e de seus avós para criar um relacionamento bem pessoal com o personagem, sem dúvidas esta é uma das poucas biografias que eu li, me emocionei e aprendi o real sentido da fé acima de qualquer circunstância.

                             _________

E você, leitor MC, conta pra gente o que está lendo! Acesse o campo “comentários” e divida conosco sua sugestão de leitura! 

Você também vai gostar de ler!

Obras nacionais e o fomento do pensamento cristão brasileiro