Saiba mais sobre o assunto ao ler um trecho de “Cristianismo descomplicado”, escrito por Augustus Nicodemus
Por Augustus Nicodemus em Cristianismo descomplicado
É comum, quando se questiona o que acontece depois da morte, que as pessoas respondam: “Como vou saber? Ninguém nunca voltou para contar”. A resposta bíblica é que existe, sim, alguém que foi e voltou: Jesus.
Por essa razão, o que ele diz vir após a morte é uma fonte segura de informação (Mt 25.33-34,41; Jo 5.24) A Bíblia apresenta o testemunho de centenas de pessoas que estiveram com Jesus depois que ele ressuscitou dentre os mortos e apareceu a muita gente, nos quarenta dias em que permaneceu na terra entre a ressurreição e a ascensão aos céus (cf. Mc 16.14; Lc 24.13-34; Jo 20.15-17; 26-29; 1Co 15.6).
Primeiro, é importante que lembremos a causa da morte: o pecado da humanidade. O homem foi feito para a comunhão com Deus, mas lhe desobedeceu e virou-lhe as costas.
Como resultado, o ser humano separou-se do Senhor, a fonte da vida. A morte, assim, entrou no mundo por causa de nossa desobediência (Rm 6.23). Pelo fato de sermos pecadores, todos estamos igualmente sujeitos a morrer; certamente, um dia a morte baterá à nossa porta. A grande questão sobre o que vem depois da morte é que nossa cultura oferece muitas respostas diferentes.
Há, por exemplo, a resposta dos materialistas, que negam a ressurreição de Jesus e a Bíblia. Para eles, a morte é o fim de tudo. Blecaute. A pergunta é: qual é a prova? Como sabem e têm certeza disso?
Imagine que um materialista passou a vida toda acreditando que a morte é o ponto final e, assim que morre, descobre que há um pós-morte, uma realidade de sofrimento aguardando aqueles que nunca se preocuparam com Deus.
É uma aposta complicada. A pessoa aposta sua eternidade na possibilidade de que depois da morte tudo se acabe. E se não acabar? Essa é a posição de uma minoria; a maioria das pessoas crê que existe algo no porvir.
Há, ainda, aqueles que falam em reencarnação.
Para os tais, após a morte o espírito fica vagando pela terra ou transitando por outros mundos espirituais até receber a oportunidade de voltar em forma material.
Eles acreditam que viverão uma nova vida, com uma nova identidade, sem, no entanto, ter lembranças da existência anterior. Vejo muita dificuldade em apoiar e fundamentar essa teoria, que se tornou popular especialmente pelos escritos de Allan Kardec.
Todavia, à luz da Palavra de Deus não é possível concordar com a ideia de reencarnação, pois ela não coaduna com os ensinos de Cristo.
Não há na Bíblia nenhuma menção a essa “segunda chance”; pelo contrário, quando o texto bíblico se refere à morte, diz que se trata do ponto final da existência terrena, à qual segue-se o juízo final.
Para o bem ou para o mal, não há nenhuma perspectiva de retorno a este mundo (Hb 9.27). Além disso, se pudermos sempre reencarnar, obedecendo a um ciclo, por que Jesus Cristo morreria por nós? A Bíblia toda deixa claro que Jesus morreu na cruz para nos salvar, isto é, para nos livrar da morte, da condenação eterna, do justo juízo que nossos pecados merecem. Isso seria desnecessário, se o que viesse após a morte fosse a reencarnação.
Outros creem que a alma, depois da morte, entra em um estado de sono. Seria uma espécie de insensibilidade, mediante a qual a pessoa não se apercebe do que está acontecendo à sua volta, despertando somente no dia do juízo final.
Essa visão, porém, é problemática, pois há na Bíblia referências a pessoas que estavam mortas, mas conscientes, e que se lembravam claramente de sua vida pregressa na terra. Na história do rico e de Lázaro (Lc 16.19-31), os dois personagens têm consciência do que passaram neste mundo.
Além disso, em certa ocasião, Jesus disse que na eternidade nos assentaremos com Abraão, Isaque e Jacó (Mt 8.11). Como isso seria possível se eu não me lembrasse de quem são Abraão, Isaque e Jacó?
O livro de Apocalipse contém, ainda, uma menção à alma dos mártires que cobram de Deus justiça aqui na terra contra aqueles que os martirizaram. (Ap 6.9-11). Portanto, toda evidência bíblica aponta para o fato de que, depois da morte, a pessoa continua ciente de sua vida na terra e sobrevive em espírito consciente, com memória das coisas que aconteceram aqui. Por isso, a teoria do sono da alma não encontra fundamentação.
Existem também os que creem que há vida após a morte, mas que a felicidade é para todos.
Creio que essa seja a teoria mais comum em nossa cultura. Muitas e muitas pessoas creem e afirmam algo como “Depois que todo mundo morre, vai para um lugar bom”, “Fulano está em um lugar melhor” e “Foi para o andar de cima”.
Mas, quando tomamos conhecimento da história de vida do falecido, vemos que houve traições conjugais, negligência paterna, violência doméstica, desonestidade financeira e outras falhas de caráter.
A morte parece fazer desse indivíduo um santo, com as pessoas amenizando seus muitos pecados.
A posição mais correta e sensata é o que a Palavra de Deus nos ensina. A morte vem como resultado de nosso pecado.
Nós morreremos e depararemos com Deus, uma vez que depois da morte segue-se o juízo. E há apenas duas possibilidades: a vida e a felicidade eternas ou a condenação e o sofrimento eternos.
A vida eterna é concedida àqueles que, nesta vida, se arrependem de seus pecados e recebem Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador. Não por causa de seus méritos ou obras, mas pela graça de Deus (Ef 2.8-9), concedida mediante o sacrifício vicário de Cristo na cruz.
Essas pessoas, pela fé, recebem o perdão de Deus em Jesus e ganham a vida eterna. Depois da morte, elas já entram em estado de felicidade na presença de Deus. Como Jesus disse ao ladrão que morreu ao seu lado: “Hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23.43).
Como aquele criminoso havia se arrependido de seus pecados e crido em Jesus, foi-lhe concedido entrar com Jesus no paraíso, nome que a Bíblia dá para o céu que nos espera. Isso é para aqueles que creem em Cristo como seu Senhor e Salvador.
A vida eterna é concedida àqueles que, nesta vida, se arrependem de seus pecados e recebem Jesus Cristo como seu único e suficiente Salvador. Não por causa de seus méritos ou obras, mas pela graça de Deus.
O cristão deve encarar a morte como algo natural, resultante do pecado, mas sabendo que sua esperança está para além dela.
Cristo afirmou: “Quem crer em mim não morrerá, mas viverá eternamente” (Jo 11.26).
O que ele quis dizer é que tal pessoa não ficará morta, mas haverá de ressuscitar e viverá para sempre. Paulo escreveu: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15.55) porque a ressurreição tirou o poder da morte sobre a raça humana.
O apóstolo também afirmou que “não somos como os demais que não têm esperança. Porque se crermos que Cristo ressuscitou dos mortos, Cristo haverá de trazer em sua vinda os que já morreram” (1Ts 4.13-14), isto é, o Senhor Jesus é a ressurreição e a vida. Somente ele é a nossa esperança.
A outra alternativa que a Bíblia nos apresenta à salvação é a condenação e o sofrimento eternos.
O que poderia esperar a pessoa que viveu neste mundo sem considerar a presença amorosa e graciosa de Deus, não aceitou Cristo como seu Salvador, quebrou todos os mandamentos do Senhor e fez o que lhe vinha à mente?
Ser promovida para qual destino?
Essa pessoa colherá o pecado que plantou durante toda a vida. E o salário do pecado é a morte. Aquele que em vida semeou a semente do pecado e da desobediência colherá, certamente, condenação.
Fique por dentro!
O artigo que você acabou de ler é um trecho do livro Cristianismo descomplicado – Questões difíceis da vida cristã de um jeito fácil de entender. Nele, Augustus Nicodemus coloca um ponto final naquelas dúvidas que dão um nó nos neurônios de muitos cristãos em assuntos relacionados à fé. Em poucas palavras, mas com riqueza teológica, ele esclarece temas difíceis e oferece uma resposta bíblica e contundente a diversas questões polêmicas de nossa época. Tópicos como ideologia de gênero, sofrimento, divórcio e novo casamento, submissão feminina, sexualidade sadia, possessão demoníaca, suicídio e muitos outros são abordados com uma linguagem fácil de entender e com profundo senso pastoral.
1 Comentário
Celso
Bom dia na passagem de o rico e o Lázaro no meu ponto de vista o único que tem consciênte é o rico.pois se Lázaro estava consciênte ele não poderia ser feliz com as lembranças passadas.