Renato Fleischner, diretor de operações da Editora Mundo Cristão, escreve sobre as mudanças vivenciadas no setor e os desafios para responder aos novos hábitos dos leitores
A pandemia do coronavírus mudou o planeta nos mais diversos aspectos. Dentre tantos setores, o mercado editorial foi também fortemente impactado. De início, havia uma perspectiva sombria sobre a capacidade do setor de sobreviver ao fechamento das livrarias e igrejas e ao interesse do leitor em adquirir livros num cenário de tanta incerteza. O enclausuramento das pessoas, contudo, motivou a compra de livros on-line, tanto no formato físico como no digital. E os resultados de vendas foram bastante satisfatórios no período.
Entretanto, o fechamento das livrarias mudou o perfil das obras vendidas, pois o consumidor preferiu adquirir de modo on-line obras já conhecidas, em detrimento dos lançamentos. Ocorre que as livrarias são essenciais para o negócio editorial. Elas cumprem diversos e importantes papéis na cadeia do livro. Dentre eles está a apresentação das novidades para o leitor que, em sua maioria, prefere ter os lançamentos em mãos. A pandemia, contudo, acelerou a transformação no modo com as pessoas compram livro e mudar esse novo hábito não parece tarefa fácil.
Segundo dados da Nielsen, exceto os didáticos, 69% dos livros são comercializados no Brasil através de canais on-line. Infelizmente, muitas livrarias não conseguem competir com o ambiente virtual, empobrecendo, assim, o cenário de comercialização de livros.
Uma tentativa do setor editorial para dar maior competitividade às livrarias é o Projeto de Lei do Senado 49/2015, a qual institui uma política nacional que estabelece regras para a comercialização e a difusão do livro. O intuito é valorizar toda a cadeia do livro, desde os leitores, autores e editoras até as livrarias, e fomentar a produção intelectual nacional e o acesso à cultura impressa e digital no país, além de permitir maior bibliodiversidade. Esse projeto estabelece um desconto máximo de 10% nos lançamentos pelo prazo de um ano. Essa prática já está consolidada na Europa e foi um importante meio de valorização, ampliação e consolidação das livrarias por lá.
De qualquer maneira, o canal on-line para venda de livros físicos ou digitais é o que predomina na venda e na divulgação das obras, exigindo dos profissionais das editoras uma capacitação diferenciada em relação a um passado bem recente. Saber identificar o leitor e a leitora e se comunicar com ele ou ela tornou-se uma lição de casa para as equipes de marketing e vendas. Nesse aspecto, a Editora Mundo Cristão tem desenvolvido uma estratégia de conexão com nosso público nas redes sociais, em eventos e no ponto de venda. Essa interação ajuda a projetar os lançamentos de 2024, cujas perspectivas são as melhores possíveis.
Vale a pena ficar conectado conosco. Tem muita coisa boa sendo preparada para você.
Renato Fleischner
Diretor de Operações da Editora Mundo Cristão
Leia também:
O desejo da Mundo Cristão: “Ser fonte de benção literária e de prazer da leitura”