Em “Jesus: Ontem, hoje e sempre”, N. T. Wright demonstra como um correto entendimento do contexto histórico em que Jesus viveu impacta positivamente a ação da igreja nos dias de hoje, marcada pelos desafios da pós-modernidade
Para você que não conhece N. T. Wright, permita-nos apresentá-lo antes de contarmos mais detalhes sobre o livro que a MC acaba de publicar:
N. T. Wright é um referencial em teologia e é considerado o maior especialista em Novo Testamento da atualidade. Pesquisador sênior no Wycliffe Hall, na Universidade de Oxford, professor emérito no St. Mary’s College, na Universidade de St. Andrews, é um cristão comprometido, admirado por líderes eclesiásticos e leigos de diferentes denominações.
Acadêmico rigoroso, N. T. Wright tem colocado seu dom de investigar temas difíceis da teologia à serviço da igreja, um labor singular através do qual tem construindo um precioso legado que já conta com mais de setenta livros. Esse talento se torna mais uma vez acessível aos leitores brasileiros, agora por meio da obra Jesus: ontem, hoje e sempre.
O debate sobre o Jesus histórico
Em Jesus: ontem, hoje e sempre,N.T. Wright retoma o debate sobre o Jesus histórico e suas implicações no contexto da pós-modernidade, sobretudo na conturbada realidade da sociedade do século 21. Na obra, o teólogo mostra que a correta compreensão da integridade histórica de Jesus confere ainda mais relevância aos Evangelhos por favorecer o desenvolvimento de um discipulado cristocêntrico, agindo, assim, como uma espécie de antídoto contra uma figura de Jesus que reflete tão somente as características daquele que crê, e não daquele em quem se deve crer.
Por meio de uma eloquente exposição, o autor descortina fatos e verdades que oportunizam uma melhor — e fascinante — compreensão de quem é Jesus Cristo — o Jesus de ontem, hoje e sempre — e o que sua figura representou tanto à época que pisou neste chão, como também para nós e as gerações futuras: o Jesus que morreu na cruz e que um dia voltará. No livro, Wright também apresenta os importantes reflexos da ação missionária da igreja, à medida que nos contagiamos com a figura do Cristo no dia a dia.
“[…]Quando Jesus nos ensinou a pedir em oração que o reino de Deus viesse e a vontade de Deus fosse feita assim na terra como no céu, ele estava falando sério. Quando ele disse que toda a autoridade lhe foi dada na terra como no céu, também estava falando sério. Mal começamos a imaginar o que isso significa na prática”.
N.T. Wright
Jesus: ontem, hoje e sempre é ideal para quem está iniciando os estudos acadêmicos e para quem deseja aprofundar sua cristologia e a compreensão da pessoa e da obra de Cristo. Um livro que não pode faltar na biblioteca de quem quer fortalecer as bases de sua fé cristã e devoção no Eterno.
Saiba mais!
Para que você deguste a leitura de um trecho do livro, compartilhamos, a seguir, um dos prefácios que compõem a obra, escritos por N.T. Wright. Nele, o teólogo dá mais informações sobre o livro e sua relevância para a igreja e cada cristão. Ao final deste conteúdo, você encontrará links de acesso à página de compra do lançamento em formato impresso ou digital.
Prefácio, por N. T. Wright
Na presente obra, tenho três assuntos de interesse. O primeiro é a integridade histórica ao falar sobre Jesus. Para dizer a verdade, muitos cristãos se mostraram desleixados ao refletir e falar sobre Jesus e, portanto, infelizmente, ao orar e praticar o discipulado. Não podemos partir do pressuposto de que, ao dizer a palavra “Jesus” e, muito menos, a palavra “Cristo”, estamos automaticamente em contato com o verdadeiro Jesus que andou e falou na Palestina do primeiro século, o Jesus que, de acordo com a Carta aos Hebreus, é o mesmo ontem, hoje e para sempre. Não temos liberdade de criar um Jesus diferente.
Também não podemos dizer que, pelo fato de termos os Evangelhos e o Novo Testamento, sabemos tudo o que precisamos a respeito de Jesus. Como o conteúdo apresentado aqui mostrará, e como meus textos mais longos revelam mais detalhadamente, as tradições cristãs muitas vezes entenderam de maneira extremamente equivocada a imagem de Jesus nesses Evangelhos, e é apenas por meio de árduo trabalho histórico que podemos nos mover em direção a uma compreensão mais plena daquilo que os Evangelhos procuram dizer.
O segundo interesse é pelo discipulado cristão que professa seguir o verdadeiro Jesus. As disciplinas de oração e estudo da Bíblia precisam ser, repetidamente, arraigadas no próprio Jesus para que não se tornem idólatras e egocêntricas. Muitas vezes, calamos o rigoroso desafio de Jesus, reconstruímos Jesus à nossa imagem e depois nos perguntamos por que nossa espiritualidade pessoal deixou de ser empolgante e transformadora.
Ao longo do texto a seguir, espero tratar dessa questão, pelo menos de forma implícita. Como alguém comentou comigo depois de uma palestra que dei em um congresso, o Jesus que descrevi é um ser humano empolgante e profundamente instigante, algo que nem sempre fica visível nos vitrais da figura de Cristo que ocupam boa parte da imaginação cristã, seja de tradição católica, protestante, ortodoxa ou evangélica.
Terceiro, tenho interesse especial em colocar na mente, no coração e nas mãos da próxima geração de cristãos pensantes uma missão que siga o modelo de Jesus e a motivação para realizá-la, uma missão que transforme nosso mundo pelo poder do evangelho de Jesus. Aqueles que estudam nas universidades e atuam no mercado de trabalho de nosso mundo e desejam ser cristãos leais precisam voltar a refletir sobre o que a lealdade a Jesus significa na prática.
Não basta fazer orações em casa, manter uma elevada moralidade pessoal e, depois, sair para trabalhar na reconstrução da torre de Babel. A substância e a estrutura dos diferentes aspectos de nosso mundo precisam ser questionadas à luz da realização singular de Jesus e de nossa comissão para ser para o mundo o que Jesus foi para o Israel de sua época.
Esse tema final explica por que, especialmente nos dois últimos capítulos, fiz todo o possível para tratar, ainda que de forma sucinta, do clima cultural de hoje no mundo ocidental. O rótulo informal e, por vezes, enganoso de “pós-modernidade” aponta para muitos aspectos incômodos e, ao mesmo tempo, desafiadores de nossa cultura.
Alguns cristãos consideram esses elementos extremamente ameaçadores. Creio que a mensagem de Jesus Cristo nos permite olhar para eles de forma direta, reconhecendo em que aspectos a pós-modernidade tem a dizer algo que não podemos nos dar o luxo de ignorar, mas afirmando categoricamente que temos de atravessar isso tudo e nos lançar a novas tarefas e possibilidades.
Assim como a integridade exige que reflitamos com clareza e rigor a respeito de Jesus, também exige que reflitamos com clareza e rigor a respeito do mundo em que o seguimos hoje, o mundo que somos chamados a moldar com a mensagem de amor e transformação do evangelho.
Jesus: ontem, hoje e sempre está disponível nas livrarias e nas principais plataformas digitais.
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