“Reconhecendo a dignidade”, uma reflexão escrita por Terence Lester, autor de “Invisíveis: como o amor nos abre os olhos para pessoas marginalizadas
A seguir, você lerá um trecho do livro Invisíveis: como o amor nos abre os olhos para pessoas marginalizadas, escrito por Terence Lester, fundador e diretor executivo da Love Beyond Walls, organização dedicada ao cuidado de moradores de rua e marginalizados em geral. Na obra, Terence compartilha sua própria experiência ao entender, em primeira mão, o que é morar nas ruas. Para isso, se propôs a vivenciar aquilo que os “invisíveis” passam no dia a dia. À medida que compartilha histórias de vida, expõe fatos e denuncia gravíssimos problemas sociais, apresenta maneiras efetivas e comprovadas de tratar da pobreza na prática.
Longe de desafiar o leitor a fazer caridade, Invisíveis o convida a amar sem condições, a ressignificar a própria existência, assumindo o serviço como um estilo de vida, e não um evento. Um livro que traz uma mensagem urgente para a igreja, com histórias e informações surpreendentes que nos convidam a ter mais compaixão por quem vive nas ruas.
Ao final do artigo, você encontrará um link para a compra do livro impresso ou do e-book.
Boa leitura!
Reconhecendo a dignidade
Trecho de Invisíveis, livro escrito por Terence Lester
Conheci Charles quando ele estava cortando a grama no quintal de um vizinho nosso. Charles morava na rua, atrás de uma igreja próxima de nossa casa. Fizemos amizade, e descobri que ele tinha grande talento para trabalhos manuais. Coloquei-o em contato com pessoas que poderiam lhe ensinar marcenaria. Ele começou a criar móveis e obras de arte com paletas de madeira que encontrava no lixo.
À medida que sua criatividade se desenvolveu, conseguiu trabalhar mais, obter sustento e dedicar-se a algo de que gostava. Alguns meses depois, organizamos uma exposição de arte com os trabalhos de indivíduos em situação de pobreza. Centenas de pessoas vieram ao evento para apoiar os artistas.
Subi no palco e apresentei Charles, uma das figuras principais do evento. Ele estava radiante, orgulhoso de seu trabalho e de suas realizações. Entreguei-lhe o microfone e ele contou o processo por trás de sua arte, por que ele havia construído cada peça e por que havia escolhido as frases que apareciam em algumas delas. Não só foi convidado para aquele espaço, mas também teve oportunidade de se expressar, e tudo começou com algumas perguntas e com uma pausa para ouvir sua história.
Naquela noite, centenas de pessoas valorizaram a dignidade de Charles. Nem sempre são centenas de pessoas. Por vezes, é uma pessoa só que diz: “Vejo você. Estou ouvindo. Você tem espaço aqui”. Não é isso que todos nós ansiamos ouvir?
Jesus tratou as pessoas dessa forma. Conversou com a mulher junto ao poço em uma época em que interagir com samaritanos era algo desprezível. Não riu do menino que trouxe alguns peixes e pães para alimentar milhares. Curou a orelha ferida do soldado que o estava prendendo. Jesus prestou atenção até mesmo ao ladrão na cruz e lhe disse: “Você estará comigo”.
Como cristãos, cremos que todos nascem com dignidade, formados com grande cuidado e amor pelo Criador. Portanto, recebemos a ordem de tratar todos de modo imparcial e com amor.
Tiago 2 diz:
Meus irmãos, como podem afirmar que têm fé em nosso glorioso Senhor Jesus Cristo se mostram favorecimento a algumas pessoas?
Se, por exemplo, alguém chegar a uma de suas reuniões vestido com roupas elegantes e usando joias caras, e também entrar um pobre com roupas sujas, e vocês derem atenção ao que está bem-vestido, dizendo-lhe: “Sente-se aqui neste lugar especial”, mas disserem ao pobre: “Fique em pé ali ou sente se aqui no chão”, essa discriminação não mostrará que agem como juízes guiados por motivos perversos?
Ouçam, meus amados irmãos: não foi Deus que escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé? Não são eles os herdeiros do reino prometido àqueles que o amam? Mas vocês desprezam os pobres! Não são os ricos que oprimem vocês e os arrastam aos tribunais? Não são eles que difamam aquele cujo nome honroso vocês carregam?
Sem dúvida vocês fazem bem quando obedecem à lei do reino conforme dizem as Escrituras: “Ame seu próximo como a si mesmo”.
Tiago 2.1-8
Quer saber mais sobre o livro Invisíveis?
Acesse nosso bate-papo com Terence Lester