Insights sobre administração financeira e mordomia cristã em “Deus e o dinheiro: Como descobrimos a verdadeira riqueza na Harvard Business School”, livro escrito por John Cortines e Gregory Baumer
A seguir, você lerá um trecho do livro Deus e o dinheiro: Como descobrimos a verdadeira riqueza na Harvard Business School, de John Cortines e Gregory Baumer, obra que traz uma abordagem surpreendente sobre administração financeira e mordomia cristã.
No livro, John e Gregory, ex-alunos do MBA mais prestigiado do planeta, discutem as raízes bíblicas da generosidade. Aliando conhecimento teórico, pesquisas e a sabedoria das Escrituras, os autores apontam sete princípios bíblicos fundamentais sobre dinheiro e doação que surpreendem pela simplicidade e persuasão. À medida que desenvolvem seus argumentos, os autores transformam o conceito de generosidade de mera obrigação moral para um estilo de vida prazeroso e pleno de significado existencial.
Ao final do trecho que compartilhamos na sequência, você encontrará um link para a compra da obra e também para a nossa entrevista com os autores. Queremos que você seja edificado com este conteúdo. Boa leitura!
GPS: gastador, poupador ou servo?
[…] a tradição cristã tem muito a dizer sobre doação, apoiada por evidências tanto da filosofia secular quanto das ciências sociais. […] os cristãos da atualidade, apesar de viverem na sociedade mais rica da história, doam uma porção relativamente pequena de seus recursos para o avanço da igreja de Cristo e o auxílio aos pobres. […] existem algumas exceções notáveis a esse abismo perturbador — cristãos que sujeitam seus recursos financeiros a Deus em atitude de sacrifício, de maneira profunda e às vezes até mesmo chocante.
Ao contemplarmos tais realidades, nós nos perguntamos se existiria uma estrutura mental comum que diferencie os cristãos muito generosos, incluindo nossos estudos de caso, do restante dos cristãos norte-americanos. Além disso, levando em conta os princípios bíblicos apresentados na Parte I, seria possível retratar a visão de mundo desses indivíduos generosos, traduzindo-a para um plano de ação prático e factível que qualquer cristão do século 21 possa seguir e trabalhar?
Cremos que a resposta para as duas perguntas seja um retumbante sim! Após estudar o tema em profundidade, acreditamos que a mentalidade de alguém em relação ao dinheiro pende para uma de três possibilidades. Sua “mentalidade financeira” faz de você um gastador, um poupador ou um servo com seus recursos financeiros.
• O gastador, representado pela maioria das pessoas no mundo ocidental, é alguém que busca o maior consumo imediato possível, mesmo ciente da necessidade de economizar um pouco.
• O poupador, em contrapartida, esforça-se para limitar o consumo até certo ponto, concentrando-se no acúmulo cada vez maior de riquezas.
• O servo, possuidor da mentalidade mais rara de todas, orienta sua vida a fim de limitar tanto o consumo quanto a construção de riquezas, focado em doar o máximo de dinheiro possível para abençoar outras pessoas.
A mentalidade financeira é dirigida por dois fatores: o foco temporal e a visão do propósito mais elevado do dinheiro. Do ponto de vista temporal, os gastadores valorizam o hoje, os poupadores dão valor máximo ao futuro e os servos maximizam o valor da eternidade. Tais atitudes são direcionadas por nossa visão do propósito do dinheiro.
O gastador vê seus recursos financeiros como uma forma de “viver a boa vida”, aproveitando cada parte do estilo de vida sofisticado que o dinheiro pode comprar. O poupador tem uma visão mais complexa do dinheiro, considerando-o quase que uma ferramenta para a segurança, estabilidade, flexibilidade e liberdade ou independência pessoal.
O patrimônio líquido de um poupador pode se tornar uma maneira simples de “marcar o placar” da vida. O servo, em contrapartida, enxerga seu dinheiro como uma bênção em potencial para o mundo em nome de Cristo, desejando extrair o máximo desse potencial para causar um impacto positivo.
As três mentalidades financeiras sem dúvida podem se misturar, mas cada um de nós é capaz de identificar nossa mentalidade básica ao analisar qual é a maior expectativa que temos para nossa riqueza. Em vez de apenas examinar a porcentagem de renda que você gasta, economiza ou doa, o melhor é perguntar: “Em que eu concentraria meus pensamentos e esforços se minha renda começasse a aumentar drasticamente com o tempo?”.
Se você fosse esbanjar, esbanjar e esbanjar mais um pouco para aproveitar tudo que o mundo tem a oferecer, você é (isso mesmo!) um gastador. Se você buscasse pagar o financiamento imobiliário antecipadamente, aposentar-se mais cedo ou construir uma dinastia familiar de riqueza, é possível que seja um poupador. Se você começasse a pensar de imediato em como doar os recursos excedentes para iniciativas cristãs ao redor do mundo, sem dúvida você é um servo.
Eu (John) era um poupador típico antes de começar este projeto e estou tentando, aos poucos e com muita oração, fazer a transição para servo. Eu queria me aposentar o mais cedo possível, construir uma dinastia familiar duradoura para que meus filhos fossem ricos e, por fim, alcançar um patrimônio líquido de sete ou oito dígitos, a fim de garantir a estabilidade do estilo de vida. Conforme mencionei no Prefácio, minha senha de internet era “aposentado_aos_40”. Toda vez que eu acessava uma página bancária ou de corretagem on-line, era lembrado de meu foco singular em alcançar independência financeira.
Greg, por sua vez, considera que era gastador antes de começarmos este projeto. Embora separasse recursos moderados a fim de dar o dízimo e economizar para a aposentadoria, ele considerava o dinheiro restante uma oportunidade de gastar no que quer que lhe parecesse divertido no momento. Com o orçamento mensal de mil dólares para jantar fora e despesas anuais de viagens superiores a 5 mil, ele se esforçava para aproveitar a vida ao máximo e potencializar o prazer que poderia extrair de sua alta renda.
Mesmo sendo dizimistas, Greg e eu não éramos servos. Eu considerava o dízimo uma exigência meio incômoda, que me impedia de acumular riquezas mais rápido. Greg achava que devolver o dízimo o ajudaria a “permanecer dentro do favor divino” para que pudesse gastar o restante da maneira que desejasse. Ambos nos sentíamos bem por “doar fielmente”, mas nenhum de nós tinha a mentalidade financeira adequada.
Autodiagnóstico
Onde você se encontra? Faça o teste a seguir, circulando a resposta que mais se alinha com seu coração. O objetivo é fazer um exercício leve e não científico, então não se sinta pressionado. Vamos antecipar a resposta: A corresponde a gastador, B corresponde a poupador e C corresponde a servo. Nosso palpite é que 99% das pessoas, se honestas, circularão uma maioria de respostas A ou B. Mesmo após nossa jornada, John tende para as respostas de poupador e Greg para as de gastador, mas permanecemos na luta contínua para desenvolver o coração de servo! Vamos lá:
1. O que o deixa mais empolgado?
A. Férias de alto padrão pela Europa.
B. Ultrapassar os depósitos esperados em todas as contas de aposentadoria ao longo do ano.
C. Jantar com o pastor, que agradece de coração seu apoio sacrificial a um novo ministério extremamente relevante, iniciado com sucesso.
2. Qual era sua tendência quando criança em relação ao dinheiro que recebia?
A. Comprar brinquedos novos ou gastar em experiências assim que o ganhava.
B. Economizar em um cofrinho ou em uma poupança.
C. Gastar com os outros ou doar para a igreja ou instituições de caridade.
3. Alguém lhe fala sobre um homem que, aos 70 anos, conseguiu administrar sua renda de classe média por meio de economias cuidadosas e conquistou um patrimônio líquido equivalente a 8 milhões de dólares. Seu primeiro pensamento seria:
A. Que desperdício! Gastar teria sido bem mais divertido!
B. Uau! Ele realmente conseguiu. Espero chegar a esse ponto também.
C. Ele pode ter perdido oportunidades de desfrutar a alegria da generosidade.
4. Sucesso é…
A. Aproveitar viagens e comida boa, receber amigos, dirigir um carro de luxo.
B. Aposentar-se aos 50 anos.
C. Aumentar a duração do empréstimo imobiliário e abrir mão de alguns luxos a fim de custear uma família de missionários.
5. Sua gratificação anual é o dobro do que você achou que seria. Qual é seu primeiro pensamento?
A. Vou às compras ou sair de férias.
B. Vou usar o valor para quitar parte do financiamento imobiliário.
C. Graças a Deus por sua provisão! Mal posso esperar para doar uma parte!
6. Gastar para mim é:
A. Natural: eu adoro!
B. Incômodo: gostaria de poder gastar menos.
C. Controlado: sinto-me bem acerca de como administro meus gastos.
7. Poupar para mim é:
A. Incômodo: é um inconveniente que atrapalha a diversão.
B. Natural: adoro acumular riqueza.
C. Cheio de propósito: tenho objetivos sadios e razoáveis rumo aos quais tenho trabalhado com cuidado.
8. Doar para mim é:
A. Obrigatório.
B. Previsível.
C. Transbordante de alegria.
Conte seus pontos! Quanto mais respostas direcionadas à mesma letra, mais você tem uma pista de para onde seu coração se inclina. Caso seja casado, pode ser interessante ver qual é a tendência de seu cônjuge e comparar as respostas — isso pode despertar um diálogo interessante em que se destaquem as origens de possíveis conflitos relativos a dinheiro.
Não existe nada de errado em ter mentalidades financeiras opostas, mas saber que essa é a realidade pode ajudá-los a orar e trabalhar rumo ao necessário alinhamento das prioridades financeiras dentro do relacionamento conjugal. Trabalharem juntos para se tornarem servos cristãos pode ser um propósito unificador.
Com frequência, os gastadores e poupadores cristãos julgam de forma sutil e inconsciente quem possui a mentalidade oposta. Se eu tivesse conhecido Greg antes de Harvard, é possível que houvesse comentado com Megan, minha esposa, algo do tipo: “Esse cara é uma piada! Por que ele gasta todo o dinheiro que ganha? Eles tiram férias incríveis e gastam uma nota em jantares românticos, mas seu percentual de economia é pateticamente baixo. Vamos ver quem foi esperto quando estivermos aposentados daqui a vinte anos e ele ainda precisar trabalhar!”.
Enquanto isso, Greg pensaria: “Por que John nunca gasta dinheiro? Ele é tão pão-duro! Nunca viaja com a esposa, nem a leva para bons restaurantes. Nós podemos morrer amanhã! Ele precisa aprender a aproveitar a vida um pouco mais!”. Essas críticas, percebemos, erram totalmente o alvo!
Tanto Greg e a esposa, Alison, quanto eu e minha mulher, Megan, tínhamos vinte e poucos anos, ganhávamos um salário anual de seis dígitos e tínhamos muitos recursos “extras” para direcionar à obra do reino — caso nos sentíssemos empolgados em fazê-lo. O propósito mais elevado da riqueza, assim como o propósito mais elevado da nossa vida, não deve ser desfrutar o hoje ou encontrar segurança no amanhã, mas sim nos ajudar a glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre!
Os servos sabem que necessitam de coisas hoje e também reconhecem que um dia precisarão se aposentar, mandar os filhos para a faculdade etc. Seu primeiro foco e objetivo, no entanto, é servir a Jesus com o dinheiro, e isso significa que suas decisões parecerão anormais tanto para os gastadores quanto para os poupadores.
Os ensinamentos modernos na área das finanças pessoais tendem a se encontrar em algum ponto da linha entre gastar e poupar, sem reconhecer o “terceiro eixo” do serviço. Nosso ambiente cultural considera a construção de riqueza uma atividade de importância central e digna de ser elogiada.
O capitalismo foi construído com base no ímpeto elementar dentro do coração humano de adquirir cada vez mais. A maioria das pessoas que se considera madura quanto ao dinheiro tem perfil poupador, gabando-se com orgulho de sua proeza em acumular riquezas (eu, John, estou falando de mim mesmo aqui!).
Personalidades influentes como Dave Ramsey incentivam as pessoas a definir percentuais para o dinheiro, no espírito de economizar, com o objetivo final de aumentar a riqueza. Doar com generosidade talvez seja incentivado como um componente de um plano geral, mas a edificação do reino de Deus neste mundo não costuma ser defendida de forma clara como o propósito central do dinheiro. Em vez disso, o legado familiar e a liberdade pessoal que acompanham a riqueza parecem ser os objetivos centrais.
Embora nós, cristãos, de fato sejamos livres, somos livres somente com o propósito de nos tornarmos servos de Cristo (1Pe 2.16). Queremos desafiar a estrutura moderna vigente para pensar sobre o propósito do dinheiro na vida.
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