Dentre os inúmeros compromissos de sua agenda, em qual lugar está o tempo dedicado para conhecer o Pai e aprofundar sua comunhão com ele?
Deus é Pai, é amor, é bom. Ele se relaciona com o ser humano como tal. É o Deus que amou tanto o mundo que deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). O Criador se revela na Bíblia como aquele que está atento às necessidades de seus filhos (Mt 7.7-11), que disciplina a quem ele ama (Hb 12.6), que é o Senhor dos senhores (Dt 10.17) e mostra sua força àqueles cujo coração é inteiramente dedicado a ele (2Cr 16.9).
Embora conheçamos essas verdades maravilhosas, o fato é que tendemos a nos acostumar com elas. Imersos na correria do cotidiano, não raras vezes deixamos a devida meditação na Palavra de Deus em segundo plano, vivendo uma espiritualidade morna, ano após ano. Em um mundo que tende ao excesso de informação e ao ativismo, é fundamental repensarmos o estilo de vida, sermos mais seletivos com o que captura nossa atenção e recordar-nos das palavras do salmista, quando afirma que feliz é aquele que tem prazer na lei do Senhor e nela medita dia e noite (Sl 1.1-2).
Meditar na Palavra dia e noite
Pense por um instante: quanto tempo de seu dia você dedica para meditar na Palavra de Deus? Em outras palavras, quanto tempo disponibiliza para escutar o Senhor por meio das páginas da Bíblia? Dentre os inúmeros compromissos de sua agenda, em qual lugar está o tempo para conhecê-lo e aprofundar a comunhão com ele? Com base em sua resposta, pondere: como estará o vigor de sua vida espiritual se você mantiver o mesmo ritmo? Talvez seja tempo de redefinir prioridades e realmente buscar o reino de Deus e sua justiça em primeiro lugar, conforme Mateus 6.33.
É fundamental recordarmos que ouvir Deus é um convite contínuo nas Escrituras. Dentre diversos benefícios de tal disciplina espiritual, está o fato de que o conhecimento livra o cristão de pecados que o afastam da boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Conhecer a Deus livra o cristão da destruição: “Meu povo está sendo destruído porque não me conhece”.
“Não imitem o comportamento e os costumes deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma mudança em seu modo de pensar, a fim de que experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para vocês.”
Rm 12.2, NVT
Discernimento aguçado
Quando ouvimos Deus — entre outras práticas importantes da vida cristã — aguçamos o discernimento, ficamos mais atentos às heresias e aos enganos sutis que são disseminados até mesmo em alguns ambientes religiosos. O amadurecimento espiritual nos mantém alertas para que não sejamos levados de um lado para outro, empurrados por qualquer vento de novos ensinamentos, e para que não sejamos influenciados quando nos tentarem enganar com mentiras astutas (Ef 4.14).
Quando sabemos e obedecemos ao que Deus nos diz nas Escrituras, nutrimos uma espiritualidade mais responsável, entendendo que Deus é Soberano e revelou sua vontade na Bíblia. Diante de sua sabedoria e Onipotência, colocamo-nos em posição de humildade, para entender e obedecer.
Osmar Ludovico, um dos autores do livro Formação Espiritual, escreve em seu capítulo intitulado A graça do silêncio e a disciplina da escuta: “Ouvir Deus é um tema recorrente no Antigo e no Novo Testamento. […] quando não ouvimos Deus, construímos ídolos e em seus lábios colocamos o que desejamos ouvir. Ao ouvir ídolos legalistas, intolerantes, mesquinhos, hedonistas, preconceituosos, assemelhamo-nos a eles tendo como justificativa teologias e ideologias equivocadas, fechadas, estereotipadas, rígidas e exclusivistas. Precisamos ir às Escrituras e aprender com atitudes como a de Samuel, que se dispôs a ouvir o Senhor (1Sm 3.10), e de Maria de Betânia, que silenciosamente se colocou aos pés de Jesus para ouvi-lo (Lc 10.38-42).
Ao rememorar a importância de ouvir Deus por meio das Escrituras, Osmar lista alguns versículos que despertam nossa atenção: “Ouça com atenção, Israel, e tenha o cuidado de obedecer” (Dt 6.3). “Ó Israel, ouça esta palavra do Senhor para você!” (Jr 10.1). “Quem é capaz de ouvir, ouça com atenção” (Ap 13.9). “Este é o meu filho amado […]. Ouçam-no” (Mt 17.5). “Por isso o Espírito Santo diz: ‘Hoje, se ouvirem sua voz, não endureçam o coração’” (Hb 3.7-8). Sim, precisamos obedecer ao chamado que nos convoca a ouvir!
Silenciar-se para escutar o Eterno
1º Repense seu estilo de vida
Se você reconhece que precisa renovar o compromisso de conhecer mais a Deus por meio da leitura da Bíblia, e realmente quer priorizar momentos de silêncio, meditação e comunhão com o Pai, considere como primeiro passo o reconhecimento de que é necessário repensar seu estilo de vida. Tenha em mente que dar uma pausa, respirar fundo, descansar e diminuir o ritmo é fundamental tanto para a vida espiritual quanto para a saúde física e psicológica. Peça a Jesus para ajudá-lo a descansar e a aquietar a mente, lembre-se de que ele é quem nos convida: “Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso” (Mt 11.28).
Saiba mais sobre o assunto em nosso artigo: “Descanso como ingrediente do sucesso”
2º Comprometa-se
O segundo passo é comprometer-se. Separe um momento do dia e seja assíduo. Para auxiliá-lo, use métodos que facilitem a continuidade do hábito. A Bíblia 365, por exemplo, é uma excelente ferramenta nesse sentido. Ela permite que você conclua a leitura da Bíblia em um ano, e sem a necessidade de folheá-la em busca dos textos sugeridos. Sua estrutura foi pensada de modo a reunir em cada leitura diária porções selecionadas do Antigo Testamento, do Novo Testamento e dos livros de Salmos e Provérbios. Além disso, a Bíblia 365 conta com a tradução da Nova Versão Transformadora, que alia clareza no entendimento e fidelidade aos textos originais.
Para conhecer a Bíblia 365, clique aqui.
3º Siga um ritual ou método
Por fim, siga um ritual — ou método — para tornar esse momento único. Uma forma de fazê-lo é justamente aplicar o que está escrito em Mateus 6.6: “[…] quando orarem, cada um vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, em segredo. Então seu Pai, que observa em segredo, os recompensará”. Além das implicações espirituais dessa prática, está o fato de que a solitude e o silêncio viabilizam um ambiente favorável à introspecção, ao exame de consciência, ao derramar-se sem reservas diante de Deus que nos acompanha no secreto do quarto de oração.
Conforme afirma Osmar Ludovico em Formação Espiritual, “É no silêncio e na solitude do quarto secreto que fazemos contato com o desejo de sermos sondados e examinados por aquele que nos ama, que pode nos comunicar a verdadeira vida e indicar o bom caminho. Daí surge o convite para que ele desça no mais profundo da alma a fim de ajudar-nos a discernir a perdição e a morte que habitam em nós e a ouvir sua doce e bendita voz atraindo-nos para a luz da sua salvação, a beleza da sua justiça e a ternura do seu amor”.
Leituras que vão ajudá-lo
A seguir, compartilhamos artigos adicionais de nosso blogue para que você tenha êxito no objetivo de implementar momentos de pausa para ouvir a voz do Senhor através da leitura da Bíblia. Também indicamos livros relacionados e Bíblias de nosso catálogo.
Mantenha-se focado em seu propósito e enxergue-o como uma prática salutar para a sua vida como um todo. Que Deus o abençoe!
Artigos para o aprendizado e a edificação:
A Bíblia, nosso suprimento em meio aos desertos da vida
Como estudar a Bíblia? 6 dicas para ajudá-lo a entender a Palavra de Deus
Dicas para quem deseja ler a Bíblia inteira
Dicas de livros:
Formação espiritual: Um caminho de fé, vida e missão
1 Comentário
Gustavo Mesquita
Ótima meditação! Simples, porém incisiva é muito hodierna! Somos atacados todos os dias pela falta de tempo. Ter discernimento de separar tempo para ler e meditar na palavra de Deus foi e sempre será a melhor ferramenta de comunhão constante com o Pai